Ásia, Pacífico e África puxam Barômetros Globais para baixo, afirma FGV

Os Barômetros Globais registram leve queda em julho, puxados por Ásia, Pacífico e África, o que não altera a tendência desses indicadores, avalia o Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (FGV Ibre). Após três altas seguidas, o Barômetro Antecedente, que antecipa o desenvolvimento econômico, recuou 1,5 ponto, chegando a 102,4 pontos, ainda acima da zona neutra, enquanto o Barômetro Coincidente, que reflete o estado atual da economia, caiu 0,9 ponto, para 92,8 ponto.

“No plano agregado, o resultado dos Barômetros Globais em julho pouco altera o quadro de crescimento moderado para a economia mundial em 2024. A desagregação por regiões, no entanto, mostra um quadro menos favorável para a região da Ásia, Pacífico & África, sob influência da perda de fôlego da China, que vem sendo compensado, ao menos parcialmente pela resiliência do crescimento no Hemisfério Ocidental e na Europa”, avalia o pesquisador do FGV Ibre Aloisio Campelo Jr.

Segundo a instituição, a queda do Barômetro Coincidente foi quase inteiramente determinada pelo declínio observado na região da Ásia, Pacífico & África. Por sua vez, a redução do índice Antecedente resultou do recuo nas regiões da Ásia, Pacífico & África e Europa, contrabalançado pelo avanço observado no Hemisfério Ocidental.

“A queda do Barômetro Coincidente em julho resulta da contribuição negativa de 1,0 ponto da região da Ásia, Pacífico & África e da contribuição positiva de 0,1 ponto da Europa. Já o Hemisfério Ocidental registra contribuição nula”, explica o FGV Ibre.

De acordo com o levantamento, com a queda o indicador da Ásia, Pacífico & África chegou ao menor nível no ano, acumulando perdas de 3,2 pontos entre dezembro de 2023 a julho de 2024. No mesmo período, os indicadores do Hemisfério Ocidental e da Europa mostraram resiliência ao acumular altas de 5,5 e 5,9 pontos, respectivamente.

“O desempenho dos indicadores setoriais coincidentes em julho é predominantemente negativo, com alta observada apenas na construção. As quedas variam de menor intensidade, como na economia (avaliações dos consumidores e agregadas empresariais) e no comércio, às quedas mais acentuadas, como na Indústria e, especialmente, em serviços”, informa.

Antecedente

O Barômetro Global Antecedente antecipa os ciclos das taxas de crescimento mundial entre três e seis meses. Em julho, as regiões da Ásia, Pacífico & África e Europa contribuíram negativamente, com 1,3 e 0,6 pontos, respectivamente, para a queda do indicador global. O Hemisfério Ocidental, por sua vez, registrou contribuição positiva, de 0,4 ponto. Apesar da queda em seu indicador, a Europa segue sendo a região mais otimista”, avalia o FGV Ibre.

Em julho, os indicadores setoriais antecedentes se comportaram de forma similar aos coincidentes, com a construção sendo o único setor que apresentou avanço no mês. Nos demais setores, as quedas variaram entre 1,0 ponto (comércio) e 8,8 pontos (serviços).

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