Desemprego entre jovens é mais que o dobro da taxa média do Brasil; entenda razões

30O Brasil registrou no primeiro trimestre de 2025 uma taxa de desemprego de 14,9% entre jovens com idade de 18 a 24 anos, um índice mais de duas vezes maior do que a média de 7% de desocupação no país. Na faixa entre 14 e 17 anos, a taxa é ainda maior: 26,4%. Os dados são do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

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Veja no gráfico a seguir o desemprego para cada faixa etária:

Por que jovens enfrentam desemprego maior?

A economista Janaína Feijó, pesquisadora do FGV-Ibre (Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas) explica que a tendência de um desemprego maior nesta faixa etária permanece já algum tempo.

“Geralmente eles têm pouca experiência. Muitos estão entrando no primeiro emprego e não têm ensino superior completo”, diz a pesquisadora. “O diploma ainda é um importante sinalizador na hora da contratação. Então, existe essa característica de jovem que dificulta sua inserção.”

No 1º trimestre de 2025, o desemprego entre pessoas sem ensino superior foi de 7,9%, mais que o dobro da taxa verificada entre quem tem o nível superior completo (3,9%).

Para pessoas com idade entre 14 e 17 anos, o desemprego registrado nos últimos anos tem sido ainda maior. Por se tratar de idade escolar, a empregabilidade formal nesta faixa deve ocorrer através de programas Jovem Aprendiz, que contam com vagas ainda mais restritas.

A pesquisadora explica ainda que os jovens buscam emprego mais cedo justamente por estarem em situações de maior vulnerabilidade econômica. Com poucas opções disponíveis, acabam empurrados para posições com menor rendimento e até para a informalidade.

A empregabilidade dificultada, baixos salários e alta informalidade adicionam ainda desafios extras para que os jovens consigam focar em sua capacitação profissional. Sem formação adequada, podem ficar sujeitos a precariedade econômica por um tempo mais longo.

Impactos na economia

Para além dos impactos particulares vivenciados pelos jovens no desemprego, há repercussões para a economia do país como um todo. Em estudo elaborado ao lado do também economista Paulo Peruchetti, Janaína Feijó aponta possíveis impactos para a economia do país.

” Com menos jovens empregados formalmente, há uma diminuição na arrecadação de impostos e contribuições previdenciárias, o que pode afetar o financiamento de políticas públicas e da seguridade social”, destaca o estudo. “Em um contexto de envelhecimento populacional do país, o desperdício dessa mão de obra pode acentuar os desafios da transição demográfica”.

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