A Eve Air Mobility, subsidiária da Embraer listada na Bolsa de Nova York (Nyse), prevê que a frota global de “carros voadores”, como estão sendo chamadas as aeronaves elétricas de pouso e decolagem vertical (eVTOL), poderá atingir 30 mil unidades até 2045, necessária para atender à estimativa de três bilhões de passageiros transportados nesse período. Segundo a Eve, isso deverá gerar uma receita potencial de US$ 280 bilhões.
As projeções são parte do primeiro estudo de Perspectivas de Mercado Global de eVTOLs publicado pela companhia, detalhando tendências de crescimento e demanda no segmento de mobilidade aérea urbana, além de analisar fatores sociais, regionais e aplicações que impulsionam esse mercado em desenvolvimento. A análise considerou dados de 1.800 cidades presentes no banco World Urbanization Prospects das Nações Unidas, informações de cerca de 1.000 aeroportos e mais de 27 mil helicópteros civis atualmente em operação.
O lançamento do relatório antecede o Paris Air Show 2025, onde um dos destaques será a apresentação do mockup em escala real da Eve, apresentando a evolução de design que melhora o desempenho da aeronave. O modelo, exposto no pavilhão da Embraer, traz inovações como novo layout de cabine e hélices de quatro pás – melhorias projetadas para elevar os padrões de segurança, acessibilidade, conforto, desempenho e manobrabilidade, estabelecendo um novo patamar para a Mobilidade Aérea Urbana.
“A publicação deste estudo reforça o entusiasmo e o dinamismo que temos vivenciado junto a clientes e parceiros institucionais ao redor do mundo”, diz o CEO da Eve Air Mobility, Johann Bordais. Para ele, a demanda reflete o crescimento populacional nas cidades, o aumento dos congestionamentos e a busca por soluções sustentáveis. “A demanda é robusta e representa o início de uma profunda transformação na forma como as pessoas vão se deslocar e viver nos grandes centros urbanos”, acrescenta.
Até 2035, mais de 800 cidades terão população superior a um milhão de habitantes, representando mais de 2,5 bilhões de pessoas (World Cities Report, ONU 2022). Esse crescimento intensificará os desafios já enfrentados pelos grandes centros, diz a Eve. Em 2024, o tempo perdido anualmente devido a congestionamentos foi expressivo em cidades como Londres (226 horas), Nova York (196 horas), Bengaluru (234 horas), São Paulo (222 horas) e Joanesburgo (112 horas).
Apesar das perspectivas positivas, a Eve afirma que o desenvolvimento pleno da mobilidade aérea urbana depende da superação de desafios importantes, como segurança operacional em larga escala, arcabouço regulatório abrangente e acessível para viabilizar um ecossistema seguro; a integração do espaço aéreo e futuras operações não tripuladas para a gestão eficiente em ambientes de alta densidade; heliportos e vertiportos para viabilizar operações no curto prazo, assim como avanços em densidade energética para ampliar alcance e capacidade operacional das aeronaves. Todos esses fatores são, de acordo com a Eve, fundamentais para a aceitação pública da facilidade de mobilidade aérea urbana.
Regiões
A Eve espera forte expansão na região Ásia-Pacífico, impulsionada pelos desafios de mobilidade nas megacidades e pelo crescimento da classe média. Na América do Norte, o cenário é favorável devido ao elevado volume de investimentos e à maturidade do ecossistema aéreo já estabelecido. A Europa tende a apresentar crescimento mais gradual, em função de desafios regulatórios.
Já a América Latina, a avaliação da Eve é de que os eVTOLs podem desempenhar um papel fundamental no enfrentamento dos desafios da rápida urbanização e na adoção de soluções sustentáveis. O Oriente Médio, embora menor em volume, tem grande potencial de ser um mercado lançador devido ao alto investimento em inovação e transporte sustentável. Na África, o potencial está associado à superação de limitações de infraestrutura resultantes do crescimento urbano acelerado e ao fortalecimento do turismo.
A Eve Air Mobility é subsidiária da Embraer dedicada a acelerar o ecossistema de Mobilidade Aérea Urbana (UAM). Seu portfólio inclui um avançado projeto de eVTOL, uma rede global abrangente de serviços e suporte, além de uma solução inovadora de gerenciamento de tráfego aéreo. A Eve está listada na Nyse desde 10 de maio de 2022.
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