Embate ganha proporções maiores em número de vítimas e estruturas destruídas. Israel bombardeou reservatórios de combustível e anunciou mais ataques, enquanto Irã lançou mísseis contra rival em áreas urbanas.O conflito entre Israel e Irã acumula mais danos e mortes dos dois lados e caminha para se expandir em dimensão e intensidade. Durante a noite e a madrugada de sábado para domingo (15/06), caças israelenses bombardearam Teerã, mirando reservatórios de combustível e o Ministério da Defesa iraniano.
O Irã lançou mísseis balísticos contra Israel, tendo alguns deles escapado do sistema de defesa israelense. Ao menos 10 pessoas morreram e mais de 200 ficaram feridas com os ataques mais recentes, segundo os serviços de emergência do país.
“Nossos irmãos e irmãs foram assassinados e feridos em consequência dos ataques criminosos iranianos contra a população civil em Bat Yam, Tamra e outros lugares”, publicou o presidente israelense, Isaac Herzog, em sua conta no X.
Esse número de vítimas de soma às 3 pessoas mortas anteriormente em Israel e a pelo menos 78 mortos no Irã desde o início da ofensiva israelense – que mira a indústria nuclear e a elite política iraniana – e da retaliação de seu rival.
De acordo com as autoridades iranianas, a maioria dos mortos e feridos são mulheres e crianças.
O embate é um dos mais violentos da história de inimizade de décadas entre Israel e Irã e tem acendido o alerta de uma guerra mais ampla não só no Oriente Médio, mas envolvendo outros países, como os Estados Unidos.
O grupo rebelde houthi, com sede no Iêmen, afirmou ter lançado vários mísseis contra Israel, dizendo que os ataques foram “coordenados com as operações realizadas” por seu principal apoiador, o Irã.
Linha vermelha
O ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araghchi, disse que o Irã não quer que o conflito se expanda para os países vizinhos, a menos que a situação o “obrigue”.
Ele afirmou que os ataques israelenses ao campo de gás offshore South Pars, que o Irã compartilha com o Catar, foram “uma agressão flagrante e um ato muito perigoso”.
“Arrastar o conflito para o Golfo Pérsico é um erro estratégico, e seu objetivo [de Israel] é levar a guerra para além do território iraniano”, disse ele.
Araghchi também disse que os ataques israelenses a instalações nucleares “ultrapassaram uma nova linha vermelha” e demonstraram que Israel “não quer negociações e não busca diplomacia” em relação às negociações nucleares.
O alto diplomata iraniano também afirmou que seu país interromperia seus ataques com mísseis contra Israel caso a ofensiva do exército israelense cessasse.
O que dizem os EUA
Araghchi acusou Israel de tentar sabotar as negociações nucleares em andamento entre o Irã e os EUA, que, segundo ele, poderiam ter aberto caminho para um acordo, e desacreditou a declaração oficial americana de não ter participação no conflito.
“O ataque de Israel nunca teria acontecido sem a luz verde e o apoio dos EUA”, disse.
“É necessário que os Estados Unidos condenem os ataques israelenses às instalações nucleares iranianas se quiserem provar sua boa vontade.”
O presidente americano, Donald Trump, ameaçou reagir com “toda a força e poder das Forças Armadas dos EUA” caso o Irã ataque qualquer alvo americano.
“Os EUA não tiveram nada a ver com os ataques realizados contra o Irã esta noite”, postou Trump em sua rede social.
“Se formos atacados de qualquer forma pelo Irã, toda a força e poder das Forças Armadas dos EUA cairão sobre vocês em níveis nunca antes vistos.”
Mais ataques à vista
O exército israelense orientou os iranianos que vivem perto de instalações de armas em todo o país a evacuarem a área.
“Para sua segurança, pedimos que evacuem imediatamente e se abstenham de retornar até novo aviso”, publicou o porta-voz militar Avichay Adraee em sua conta no X, tanto em árabe quanto em persa.
Israel já havia emitido um alerta de evacuação para iranianos que residem perto de instalações de armas no Irã, disse um porta-voz militar israelense em uma publicação no X em árabe e farsi.
Potências europeias buscam diálogo
Alemanha, França e Grã-Bretanha estão prontas para conversar imediatamente com o Irã sobre o programa nuclear de Teerã, em uma tentativa de acalmar a situação no Oriente Médio, disse o ministro das Relações Exteriores alemão, Johann Wadephul.
Wadephul, em visita a Omã, disse que busca contribuir para a apaziguamento do conflito entre Israel e Irã e observou que Teerã não aproveitou a oportunidade para iniciar conversas construtivas anteriormente, segundo informou a Reuters.
“Espero que isso ainda seja possível”, disse Wadephul à emissora pública alemã ARD na noite de sábado. “A Alemanha, juntamente com a França e a Grã-Bretanha, estão prontas. Estamos oferecendo ao Irã negociações imediatas sobre o programa nuclear e espero que [a oferta] seja aceita.
“Este também é um pré-requisito fundamental para alcançar a pacificação deste conflito: que o Irã não represente perigo para a região, para o Estado de Israel ou para a Europa.”
“Há uma expectativa compartilhada de que, na próxima semana, ambos os lados façam uma tentativa séria para interromper a espiral de violência”, disse ele.
Quando questionado se acreditava que o governo iraniano poderia cair, Wadephul disse acreditar que não era intenção de Israel derrubar o governo em Teerã.
sf (AFP, RT, DW, ots)
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