A CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) das Bets rejeitou nesta quinta-feira (12) o relatório final que previa o indiciamento de influenciadores e empresários ligados à divulgação de casas de apostas no Brasil.
Em uma sessão esvaziada, o parecer da senadora Soraya Thronicke (Podemos) foi rejeitado por 4 votos a 3. Com isso, chega ao fim a comissão criada para investigar irregularidades e possíveis crimes no setor de apostas esportivas online.
Votaram contra o relatório os senadores Angelo Coronel (PSD), Eduardo Gomes (PL), Efraim Filho (União) e a deputada Professora Dorinha Seabra (União). Já os votos favoráveis vieram da própria relatora, além de Eduardo Girão (Novo) e Alessandro Vieira (MDB).
Após sete meses de trabalho, o relatório recomendava o indiciamento de 16 pessoas, incluindo dois nomes de grande apelo nas redes sociais: as influenciadoras Deolane Bezerra e Virgínia Fonseca, que somam quase 75 milhões de seguidores.
Com a rejeição do texto, a CPI foi encerrada sem a aprovação de um relatório final e sem o envio de pedidos de indiciamento a órgãos oficiais.
Apesar do revés, Soraya afirmou que irá encaminhar as conclusões da investigação ao Ministério Público, à Polícia Federal e ao Ministério da Fazenda.
“Farei a entrega do relatório e de toda a documentação que colacionamos às autoridades competentes, para que deem continuidade às investigações, indiciem e depois apresentem ao Judiciário”, declarou a senadora, segundo o G1.
Ela também afirmou encerrar a CPI “feliz” e com base em “provas robustas”. “Todos os brasileiros saberão que não terminou — e não terminará — em pizza. Eu não sou a pizzaiola”, disse.
O que dizia o parecer
No relatório, Soraya apontava que, ao longo das investigações, a comissão constatou “o crescimento descontrolado e desregulado das bets” no país.
O documento destacava ainda práticas abusivas, como a simulação de apostas por influenciadores e a veiculação de propagandas que apresentam as apostas como meio de investimento ou promessa de enriquecimento rápido.
Segundo a senadora, o setor teria movimentado até R$ 129 bilhões em 2023, com a realocação de recursos de famílias de classes mais baixas para as plataformas de apostas.
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