Em abril, uma série de encontros estratégicos entre pesquisadores da Fundação Araucária e do NAPI Trinacional com instituições argentinas marcou um novo capítulo no fortalecimento da Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I) como pilares fundamentais para o desenvolvimento sustentável do Eixo de Capricórnio na América do Sul.
A missão percorreu as províncias de Jujuy, Salta e Tucumán, além da Embaixada do Brasil em Buenos Aires e da sede do CONICET – o Conselho Nacional de Investigações Científicas e Técnicas da Argentina. O objetivo foi claro: estreitar vínculos institucionais, firmar novos acordos e sensibilizar autoridades e pesquisadores sobre a importância da articulação da quádrupla hélice (universidades, governo, setor produtivo e sociedade civil).
Na prática, isso significa instigar o desenvolvimento de projetos voltados ao avanço da ciência e da bioeconomia, tendo a integração sustentável como eixo transversal e sempre pautados nos 5Ps da Sustentabilidade (Pessoas, Planeta, Prosperidade, Paz e Parcerias).
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A Fundação Araucária de apoio à pesquisa científica e tecnológica do Estado do Paraná, vêm investindo em estratégias de fomento à pesquisas aplicadas que se revertam em geração de bem estar e riqueza para a população paranaense. A meta é que tais ações forneçam subsídios e evidências científicas ao processo de tomada de decisão do Estado do Paraná. Uma das principais estratégias são os novos arranjos de pesquisa e inovação – NAPIs.
Tendo sido criado em 2019, o NAPI Desenvolvimento Sustentável da Região Trinacional ou NAPI Trinacional, a partir da co-construção de instituições e pesquisadores dos três países (Argentina, Brasil e Paraguay), além de parceiros da França. “Estamos localizados em um território ímpar, onde três países compartilham desafios e oportunidades comuns. A Região Trinacional é um verdadeiro laboratório vivo para a inovação na integração sustentável, onde a colaboração entre universidades, governos, setor produtivo e sociedade civil — o que chamamos de hélice quádrupla — pode gerar soluções transformadoras. É aqui que a ciência se torna um instrumento direto de desenvolvimento, inclusão e prosperidade para todos,” comenta Ramiro Wahrhaftig, presidente da Fundação Araucária.
Para entender melhor onde é que estamos pisando:
A Região Trinacional – formada por cidades da província de Misiones (Argentina), do estado do Paraná (Brasil) e do departamento de Alto Paraná (Paraguay) – é um dos territórios mais dinâmicos do continente. Além de abrigar pontos bastante conhecidos por todos nós como as Cataratas do Iguaçu e a Usina de Itaipu Binacional, a área conecta grandes corredores logísticos da América do Sul e compartilha um dos últimos remanescentes da Mata Atlântica.
Daí a ideia lógica de não estarmos em uma “tríplice fronteira” e sim em uma Região Trinacional: porque conectamos, articulamos; não separamos nada, ao contrário.
Sim, estimado (a) leitor (a): estejamos ou não lúcidos para isso, fato é que vivemos em uma “mina de ouro”, um laboratório vivo de um novo modelo de desenvolvimento, de uma nova próspera e inclusiva economia. Um modelo de desenvolvimento que precisa ser “verde”, biodiverso, multicultural, sustentável e integrado.
Nossa economia já é bio: produzimos energia sustentável (limpa e renovável) e alimentos e produtos do agro com valor agregado – seja proteína animal, papel, casas pré-fabricadas ou óleo de soja. Igualmente, nossa economia se pauta no conhecimento: só na Região Urbana Trinacional temos pelo menos 5 instituições de ensino técnico e superior públicas e inúmeras instituições de ensino superior particulares de alta qualidade! Atraímos milhares de estudantes de graduação e pós-graduação do continente inteiro!
E esse solo fértil em diversidade humana e natural pede novas lentes. Lentes que escancarem que a maior potência dessa região possa estar, justamente, na capacidade de unir saberes, culturas e propósitos. A ciência, então, passa a ser uma ponte para a cooperação.
Esse cenário bastante convidativo reforça, segundo os pesquisadores do NAPI Trinacional, a urgência de investimentos em CT&I como motor para um desenvolvimento sustentável e integrado. A recente aproximação com o CONICET e outras instituições argentinas sinaliza a expansão da Cátedra Araucária de Desenvolvimento Territorial Sustentável do Eixo Capricórnio, lançada em 2022 – uma Cátedra em quádrupla hélice, que vai além da academia!
A iniciativa reúne parceiros de diversos países com o propósito de promover inovação e a ciência em amplo sentido em todo o Eixo de Capricórnio – a começar pela América do Sul – a partir de nossos ativos comuns: a biodiversidade, a segurança hídrica e a geração de energia limpa.
“Mais do que uma série de reuniões internacionais, a agenda de abril simboliza um movimento mais profundo: o de reconhecer a ciência como alicerce de uma economia mais inclusiva, colaborativa e voltada para o bem comum. O modelo de atuação da Cátedra Araucária, em hélice quádrupla, permite que diferentes setores colaborem ativamente, respeitando os saberes locais e promovendo inovação com impacto real na vida das pessoas.” ; diz Adriana Brandt, que atua como articuladora do NAPI Trinacional.
NAPI Trinacional e H2FOZ
Essa matéria integra a parceria entre o NAPI Trinacional e o H2FOZ, veículo de comunicação comprometido com a disseminação da ciência, da tecnologia e da inovação como valores públicos e acessíveis a todos. Com essa colaboração, reafirmamos o compromisso de tornar o conhecimento científico um bem comum, ampliando o debate e promovendo a transformação social a partir da informação de qualidade.
O post Saberes que valem ouro: Ciência ganha força no desenvolvimento da Região Trinacional apareceu primeiro em Últimas Notícias de Foz do Iguaçu e Região – H2FOZ.