WhatsApp diz que apoiará Apple em processo contra a criação de backdoor no Reino Unido

O chefão do WhatsApp, Will Cathcart, disse à BBC que o mensageiro da Meta apoiará a Apple em seu recurso legal contra a ordem da Secretaria de Estado para Assuntos Internos do Reino Unido (também chamada de Ministério do Interior, ou Home Office) a qual exige que a empresa crie um ponto de acesso (ou backdoor) para dados de usuários de iPhones em todo o mundo.

Essa polêmica, vale lembrar, atingiu o seu ponto mais alto em fevereiro, quando a Apple removeu o recurso Proteção Avançada de Dados (Advanced Data Protection — que usa criptografia de ponta a ponta para proteger coisas como fotos e documentos — do país em retaliação.

De acordo com o veículo, o executivo explicou que essa medida do governo britânico “pode criar um precedente sério” e “encorajar outras nações” a tentar acabar com esse tipo de proteção em softwares, colocando a privacidade de milhões de pessoas em risco.

O WhatsApp desafiará qualquer lei ou solicitação governamental que busque enfraquecer a criptografia de nossos serviços e continuará defendendo o direito das pessoas a uma conversa privada online.

O governo britânico, que se apoiou no Investigatory Powers Act (IPA) — lei de 2016 que dá às autoridades policiais o poder de exigir que empresas ajudem na hora coletar evidências em investigações — para emitir essa ordem, a defende dizendo que ela faz parte de um esforço para proteger seus cidadãos “dos piores crimes, como abuso sexual infantil e terrorismo”,

A Meta, é claro, é uma empresa dos Estados Unidos, cujo governo tem questionado bastante essa investida do Home Office alegando que ela represenetaria uma grave violação da privacidade dos cidadãos estadunidenses. O país norte-americano ameaçou até mesmo a diminuir o número de informações de inteligência trocadas com o país europeu caso o seu governo não desistisse dessa ordem.

Essa medida, é claro, também causou revolta entre entidades civis ao redor do mundo, que levantaram a possibilidade de esse ponto de acesso ser usado para fins de vigilância por governos autoritários e para a realização de crimes por cibercriminosos — preocupações que também foram citadas pela Apple.

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