
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial, ficou em 0,26% em maio deste ano, diz a Agência Brasil. A taxa é inferior às observadas em abril deste ano (0,43%) e em maio do ano passado (0,46%). Segundo os dados divulgados pelo IBGE, a inflação oficial acumula taxas de 2,75% no ano e de 5,32% em 12 meses. Os dados são positivos, mas a crise no INSS e o IOF continuam sendo um problema.
Os números são positivos e poderiam ajudar o Governo do presidente Lula nas pesquisas que avaliam o humor da opinião pública, mas dificilmente irão refletir nos levantamentos que estão em curso. O Ipec mandou uma equipe às ruas e deve divulgar os números na sexta-feira. É provável que repliquem os dados divulgados pela Genial/Quaest da semana passada, que mostraram a desaprovação do Governo maior do que a aprovação.
As duas pesquisas, certamente, revelam as consequências de ações induzidas pelo próprio Governo. A demora em apurar o escândalo do INSS é um dado real. Embora a origem tenha sido na gestão Temer e passado pelo mandato Jair Bolsonaro, foi no terceiro turno do presidente Lula que os números cresceram de maneira abissal. E mais, foram feitas advertências do problema e as providências só foram colocadas em prática neste ano. A conta, pois, cai no colo da atual gestão.
Outros fatores também mexem com o humor do brasileiro. A inflação, mesmo com a queda pontual, ainda é um problema na mesa da população. Além disso, o próprio Governo dá tiros no pé, como ocorreu com a divulgação dos novos índices do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF). A rejeição foi tanta que o ministro tirou o tema da pauta, mas o estrago já estava feito.
O projeto voltaria à mesa do presidente nessa terça-feira, mas ainda não há um pacote definido que substituirá o texto original. Enquanto isso, os ecos da semana passada são ouvidos especialmente no mercado e no agronegócio, que seriam os mais afetados pela medida.
A próxima versão, certamente, não mexerá em pontos importantes e que poderiam reduzir o impacto em outros setores. Um deles seria a redução do custo das emendas parlamentares. Nem o Governo vai sugerir e nem o Congresso vai discutir. Trata-se, pois, de uma questão relevante que poderia ser colocada em pauta. Os chamados supersalários dificilmente receberão uma tributação mais enfática.
Em suma, é esperar para ver como o Governo irá conciliar as suas metas com a necessidade de aumentar a arrecadação, sobretudo quando não há de sua parte qualquer interesse claro em reduzir as próprias despesas.
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