A Foz do Iguaçu da primeira picada à Vila Iguassu foi reportada pelo jornal Nosso Tempo, em edição de junho de 1989. O semanário foi além, com um suplemento especial que, na ocasião, celebrou com jornalismo os 75 anos de emancipação da cidade.
- Foz do Iguaçu que José Maria de Brito viu
O caderno é uma fonte de história, sobre fatos e personagens, a trajetória e as contradições contemplando a picada que se fez caminho e construiu um município. O conteúdo é mais do que subsídio, é um convite ao exercício cidadão a partir da memória.
O jornal fazia nove anos, e contribuía para resgatar e valorizar a história de Foz do Iguaçu entrevistando pioneiros e pesquisando. “Ao enfatizar o centenário da picada aberta em 1889, estamos homenageando os indígenas, mensus e colonos. São eles os pioneiros que formaram o primeiro núcleo de habitantes do que hoje é Foz do Iguaçu”, anotam os editores.
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Foz do Iguaçu, a picada
Reporta o jornal que remonta a 1765 a primeira tentativa de se fundar um grupamento militar na fronteira do Brasil com o Paraguai, em terras paranaenses. Mas as colônias armadas foram iniciadas após 1870, término da “Grande Guerra”, para fins de proteção fronteiriça.
Na região, viviam os indígenas. Em 1881, chegariam os primeiros não indígenas e, seis anos depois, registrava-se aumento do povoado nascente, com a chegada de famílias da Argentina, por “problemas internos existentes nesse país”, expõem as páginas.
“Havia, também, em certas épocas do ano, numerosos grupos de trabalhadores, que vinham exclusivamente para o corte de madeira e para os trabalhos de erva-mate”, completa. A expansão regular e com presença estatal começaria com a Colônia Militar do Iguaçu, subordinada à Comissão Estratégica do Paraná.
Comissão chefiada pelo engenheiro e capitão militar Belarmino de Mendonça Lobo partiu de Guarapuava (PR) para a “abertura da picada que os levaria à foz do Rio Iguaçu”, prossegue o Nosso Tempo. O percurso foi concluído.
Nova expedição retornou em 1889, com 34 soldados – três mulheres casadas com militares –, e doze operários, quatro tropeiros. Eram 34 cargueiros que carregavam os insumos imprescindíveis, como víveres, ferramentas e utensílios.
A 23 de novembro de 1889, o tenente Antonio Baptista de Araújo afixou editais no povoado, anunciando o início dos trabalhos de fundação da Colônia Militar. E comunicou que a corporação tinha atribuição para distribuir terras.
Foz do Iguaçu e Vila Iguassu
O caderno especial do Nosso Tempo conta que, na primeira década do século passado, o desenvolvimento da colônia era lento. O comércio era fraco, tinha quatro estabelecimentos, além das repartições do comando militar, mesa de rendas e estação telegráfica. A população: 2 mil moradores.
“Havia pequenas indústrias de açúcar e aguardente e uma agricultura de subsistência”, reproduz o periódico. “A principal base econômica era a exploração de erva-mate e de madeira”, detalha.
Nosso Tempo lembra que os alimentos vinham de Posadas, Argentina, e do Mato Grosso. A moeda corrente junto à foz do Iguaçu era o peso argentino. As casas eram construídas de madeira serrada à mão.
Em 1910, o distrito denominado de Iguassu foi criado pela Lei Estadual n.º 971, vinculado ao município de Guarapuava. E elevado à condição em 1914, pela Lei Estadual n.º 1.383. Depois, virou distrito-sede e município. A história segue, continua acontecendo neste ano de 2025, com Foz do Iguaçu chegando aos 111 anos de emancipação.
ACESSE a reportagem na íntegra.
História de Foz a um clique
O portal Nosso Tempo Digital reúne todo o acervo do jornal, projeto lançado para marcar o aniversário de 30 anos do periódico rebelde. Assim, o objetivo é preservar a memória da cidade, facilitar o acesso à história local e regional, e democratizar a consulta ao acervo midiático por meio da internet.
O acesso é gratuito. O acervo constitui fonte valiosa para o morador desejoso de vasculhar a história da cidade e de seus atores, contada nas 387 edições do jornal que foram digitalizadas, abrangendo de dezembro de 1980 a dezembro de 1989
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