Pesquisadora ganha prêmio Nobel da Agricultura

(Reprodução: Tomaz Silva/Agência Brasil)

Mariangela Hungria sempre sonhou em ser cientista, teve incentivo da avó que a presenteou com o livro “Caçadores de Micróbios” quando ela tinha oito anos.

Lendo o livro, a pesquisadora conheceu a trajetória de grandes nomes da microbiologia, e a partir daí, passou a se imaginar seguindo a carreira.

Anos depois, após ler a biografia da cientista laureada duas vezes premiada com o Nobel por suas pesquisas no campo da radioatividade, Hungria alega que decidiu que carreira seguir: ser microbiologista.

Mesmo ouvindo inúmeros nãos ao longo de sua carreira: por ser mulher, ter sido mãe acidentalmente, e por ter uma filha com necessidades especiais, a pesquisadora ganhou o prêmio internacional mais prestigioso da agricultura.

Pesquisadora é reconhecida por inovação na soja

Em maio de 2025, 59 anos depois, Mariangela Hungria ganhou projeção global, ao receber o World Food Prize. Seu trabalho identificou microrganismos capazes de melhorar a fixação de nitrogênio e dispensar o uso de fertilizantes químicos no cultivo da soja.

Com adoção que chega a quase 40% da área cultivada do grão no país.

A pesquisa desenvolvida na unidade da Embrapa Soja, localizada em Londrina, no Paraná, culminou na criação de um insumo biológico inovador chamado inoculante. Esse produto é misturado às sementes durante o processo de plantio, contribuindo para melhorar o desempenho das culturas e reduzir a dependência de fertilizantes químicos.

Atualmente, 85% das áreas com cultivo de soja no país adotam a inoculação 

Com a tecnologia, os proprietários conseguiram reduzir os custos da lavoura de soja.

“Se a gente fosse trabalhar com adubo nitrogenado, em relação ao inoculante, eu diria que a gente teria um custo 10 vezes maior”, complementa Cláudia D’Agostini, produtora rural.

A mesma tecnologia, utilizando microrganismos diferentes, pode ser aplicada a outras culturas importantes, como milho, trigo e feijão.

Trata-se de uma forma de produção mais eficiente e ambientalmente responsável. Os benefícios dos inoculantes ultrapassam as vantagens econômicas: eles promovem a sustentabilidade no campo, ao reduzir o uso de insumos químicos e o impacto ambiental da agricultura.

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