Em crise, Correios vai leiloar imóvel em Brasília com prédios e clube por R$ 273 milhões

Os Correios irão vender por R$ 273 milhões um dos seus imóveis situados em Brasília (DF). A venda faz parte de um processo de venda de ativos conduzido pela atual administração da estatal, que atualmente opera no vermelho, com um prejuízo bilionário.

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O terreno vendido pelos Correios tem área superior a 212 mil metros quadrados, está localizado em ponto estratégico da capital federal.

O imóvel fica no Setor de Clubes Esportivos Norte (SCEN), Trecho 2, Lote 4, na Asa Norte. A área construída ultrapassa 21 mil metros quadrados, divididos em 14 blocos.

Segundo normativa, mesmo após a compra os espaços devem ‘manter destinação voltada a atividades culturais e de lazer’.

Imóvel, localizado na Asa Norte – Brasília/DF (Região Administrativa do Plano Piloto), conta com mais de 21 mil m² de área construída, sendo composto por 14 edificações. (Crédito:Divulgação)

O prédio principal possui três andares e elevador, enquanto os demais são térreos, abrigando espaços como auditórios, salas de aula, restaurante, instalações de manutenção, casa de máquinas e vestiários. Um dos blocos térreos possui também um subsolo.

Na área de lazer, há piscinas, quadras poliesportivas, campos de futebol, churrasqueiras, salão para eventos com camarins e lanchonete, além de estacionamento. São três piscinas, cinco quadras de tênis, três campos, duas quadras poliesportivas e oito churrasqueiras.

A estatal comunicou que receberá propostas para aquisição do imóvel até 9h do dia 26 de junho.

Mais detalhes sobre o imóvel e leilão pode ser conferidos no site www.imovelcorreios.com.br.

Estatal cedeu prédio em SP para aliviar contas

No mês de maio a prefeitura de São Paulo firmou um acordo com a estatal para ocupar o Palácio dos Correios, no centro da cidade, sem custos de aluguel.

O imóvel, que pertence à estatal, será usado pela administração municipal como base para a central de monitoramento do Smart Sampa — sistema que opera milhares de câmeras de vigilância e reconhecimento facial em diversos pontos da capital.

A IstoÉ Dinheiro teve acesso ao termo de cessão assinado entre as duas partes. No documento, consta que a iniciativa busca dar utilidade pública ao imóvel e otimizar o uso de recursos patrimoniais.

O contrato prevê que o imóvel ficará sob responsabilidade da prefeitura por 15 anos. Caso haja interesse, esse prazo poderá ser ampliado mediante novo termo. Durante esse período, a administração municipal assumirá despesas com energia elétrica, abastecimento de água e esgoto, segurança, limpeza, controle de acesso e conservação do espaço.

Para os Correios, o acordo elimina custos de manutenção de um prédio com despesas consideráveis, o que contribui para reduzir o peso no orçamento da companhia. A reportagem solicitou à estatal informações sobre o valor que deixará de ser gasto com a cessão, mas até o momento não houve retorno.

O ajuste acontece em meio aos esforços da empresa para organizar as contas. No ano passado, a estatal acumulou um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, valor mais de quatro vezes superior ao registrado em 2023. Levantamento recente aponta que a maior parte das unidades da empresa opera com saldo negativo.

Como parte do plano para cortar despesas, os Correios adotaram uma série de mudanças. Entre elas estão a flexibilização na jornada de trabalho, ampliação do prazo para adesão ao Programa de Desligamento Voluntário (PDV), retomada do expediente presencial e ajustes no período de férias.

O documento obtido pela reportagem também informa que outras iniciativas ainda estão sendo definidas e devem ser comunicadas em breve. A ideia é buscar ganhos de eficiência operacional, o que pode incluir enxugamento de estrutura e revisão de contratos.

Prejuízo dos Correios do que dobra no 1º tri

Os Correios encerraram o primeiro trimestre deste ano com um prejuízo de R$ 1,7 bilhão. O número mais que dobrou em comparação aos R$ 801 milhões registrados no mesmo intervalo de 2024.

Apesar do resultado, a estatal optou por não apresentar explicações específicas. Em comunicado, a empresa mencionou iniciativas para tentar reverter a situação, entre elas um plano de redução de custos estimado em R$ 1,5 bilhão no próximo ano e o lançamento de uma nova plataforma de comércio eletrônico chamada Mais Correios.

Entre as medidas em andamento, a companhia destacou ajustes na operação e a adoção de ações voltadas para renovação da frota com veículos menos poluentes. Além disso, negociações para fechar novos contratos em diferentes áreas também foram mencionadas, com o objetivo de melhorar a saúde financeira da estatal e manter a oferta de serviços.

A companhia fechou 2024 com um prejuízo de R$ 2,6 bilhões, conforme balanço divulgado em maio.

O número representa um salto considerável em relação ao desempenho do ano anterior, quando a estatal havia registrado perdas de R$ 597 milhões. Ou seja, o resultado negativo mais que quadruplicou em apenas 12 meses.

Boa parte desse rombo, segundo a própria empresa, está relacionada a investimentos que somaram R$ 830 milhões no período. Esses recursos foram direcionados para ações do Plano Plurianual e outras frentes de modernização e operação da estatal.

Além disso, os Correios apontam que a arrecadação foi prejudicada pelas novas regras de importação, popularmente conhecidas como ‘taxa das blusinhas’. Essa mudança, que começou a valer em julho, afetou a venda de itens de sites internacionais, setor em que a estatal costuma atuar fortemente na entrega.

Embora a receita líquida da companhia tenha somado R$ 21,4 bilhões em 2024, o valor ficou levemente abaixo do registrado em 2023, quando alcançou R$ 21,6 bilhões.

No entanto, o que pesou mesmo foram os gastos: as despesas dos Correios avançaram 7,9% no período, passando de R$ 22,3 bilhões para R$ 24 bilhões.

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