Ibovespa tem alta leve, apesar de força de NY por expectativa de corte de juros nos EUA

A valorização das bolsas de Nova York, de quase 2,00% do petróleo e de 0,86% do minério de ferro em Dalian é insuficiente para empolgar o Ibovespa. A elevação do principal indicador d B3 é inferior à de mais de 1,00% registrada nos índices de ações americanos nesta manhã, em meio ao relatório de emprego dos Estados Unidos. Por aqui, prosseguem incertezas ficais, à medida que há dúvidas quanto ao dia da apresentação das alternativas ao aumento do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) pelo governo a lideranças do Congresso.

“Os ativos seguem digerindo rumores sobre o tema fiscal, na expectativa pela divulgação de medidas de ajuste em breve”, pontua Silvio Campos Neto, sócio da Tendências Consultoria. Ontem, diz o economista sênior da consultoria em relatório, ministra da Gestão e da Inovação em Serviços Públicos, Esther Dweck, esfriou a perspectiva de mudanças nos pisos constitucionais de saúde e educação, opção importante para reduzir a rigidez orçamentária.

Hoje, foram divulgados os dados mais aguardados semana. O relatório norte-americano payroll mostrou geração de vagas nos EUA desacelerou a 139 mil em maio, ante 147 mil postos criados em abril (dado revisado), mas superou a mediana de criação de 125 mil postos. A taxa de desemprego foi mantida em 4,2%, como o esperado, e o salário médio por hora subiu 0,42%, superando a expectativa de crescimento de 0,3%.

“Tivemos um headline de emprego um pouco melhor que o esperado, tanto em criação de vagas quanto ganhos salariais. Mas as revisões para baixo nos últimos números do payroll anulam parte dessa surpresa”, avalia Carlos Lopes, economista do BV.

A despeito de a pesquisa ADP do emprego no setor privado ter sugerido ontem desaquecimento do mercado de trabalho dos EUA, hoje o payroll indicou que a maior economia do globo permanece forte. “Esse dado deve reforçar o tom de cautela do Fed, prevalecendo a ideia de dois cortes dos juros americanos este ano”, avalia Bruno Takeo, estrategista da Potenza Capital.

Desta forma, os rendimentos dos Treasuries avançam e pressionam os juros futuros no Brasil, contaminando alguns papéis mais sensíveis ao ciclo econômico na B3, como as varejistas Azzas (-3,26%) e Lojas Renner (-2,44%).

Enquanto espera-se que o Fed começará a afrouxar os juros, no Brasil a curva futura passou a levar em consideração um ajuste final de alta de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic no Comitê de Política Monetária (Copom) de junho.

A expectativa de novo aumento no juro básico, reflete principalmente a atividade que tem resistido mesmo com a Selic elevada – está em 14,75% ao ano – e incertezas fiscais, apesar de algum alívio na inflação.

Hoje, foi informado o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI). O indicador registrou queda de 0,85% em maio, após uma alta de 0,30% em abril, ficando perto do piso das estimativas coletadas em pesquisa feita pelo Projeções Broadcast Projeções (-0,90%), do que da mediana de recuo de 0,69%, com teto em baixa de 0,41%.

Sem mais divulgações de indicadores no Brasil, os investidores monitoram eventuais novidades alternativas do governo ao aumento do IOF. As opções, esperadas para serem apresentadas a lideranças no Congresso no domingo, podem ficar para segunda-feira.

Ontem, o Ibovespa fechou com queda de 0,56%, aos 136.236,37 pontos, registrando desvalorização semanal de 0,58%.

Perto das 11 horas desta sexta-feira, subia 0,37%, aos 136.744,93 pontos, ante elevação de 0,48%, na máxima aos 136.889,88 pontos. Na mínima, atingiu 136.232,18 pontos, perto da marca da abertura. Vale subia 0,45% e Petrobras, 1,00%.

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