O mercado brasileiro de smartphones foi o único da América Latina a registrar crescimento no primeiro trimestre de 2025, contrariando a tendência de retração que afetou outros países da região. Segundo dados da Canalys, as vendas aumentaram 3% no período, com cerca de 9,5 milhões de aparelhos enviados às lojas.
Esse desempenho coloca o Brasil como o principal foco de investimento para fabricantes chinesas como Xiaomi, Honor e realme.
A busca por participação de mercado tem gerado uma disputa intensa no país, enquanto outras economias da região enfrentam desafios relacionados a estoques excessivos e incertezas econômicas.
As marcas mais vendidas no Brasil no primeiro trimestre de 2025
No Brasil, o ranking das fabricantes que mais venderam smartphones no primeiro trimestre de 2025 mostra uma disputa concentrada entre marcas tradicionais e o avanço consistente das chinesas.

Veja o top 5:
- Samsung — 43% de participação
- Motorola — 23%
- Xiaomi — 15%
- realme — 7%
- Apple — 5%
A Samsung mantém uma ampla vantagem sobre as rivais, com mais de 40% de participação, sustentada principalmente por seu forte portfólio no segmento de entrada. A Motorola segue como vice-líder, embora tenha sentido a pressão de concorrentes que apostam em aparelhos com bom custo-benefício.
A Motorola segue na vice-liderança, com 23% de fatia de mercado, mesmo após uma queda nas vendas em relação ao ano passado.
A Xiaomi consolida a terceira posição com 15%, apoiada pelo bom desempenho da linha Redmi 14C e Note 14, que se destacam entre os aparelhos de preço intermediário, resultado de um investimento estratégico no Brasil, enquanto a realme superou a Apple e garantiu a quarta colocação.
A marca norte-americana caiu para quinto lugar, em um movimento que reflete a preferência crescente dos consumidores por dispositivos mais acessíveis.

O panorama é puro reflexo de um mercado cada vez mais competitivo, onde marcas chinesas ganham espaço e forçam fabricantes mais tradicionais a repensarem suas estratégias.
Apple perde espaço para realme
Como vimos acima, uma das movimentações mais notáveis no ranking brasileiro foi a queda da Apple para a quinta posição, com 5% de participação. A realme, com 7%, assumiu a quarta colocação, evidenciando a crescente penetração das marcas chinesas no país.
A crescente variedade de smartphones acessíveis e com bom desempenho tem pressionado fabricantes tradicionais, que veem o espaço no mercado encolher, sobretudo no segmento de entrada e intermediário.
América Latina registra retração, mas Samsung e Xiaomi avançam
Enquanto o Brasil cresceu, o mercado latino-americano como um todo enfrentou uma queda de 4% no primeiro trimestre de 2025, encerrando uma sequência de seis trimestres consecutivos de crescimento.
Mesmo com esse cenário, a Samsung ampliou sua liderança regional, com 35% de participação e crescimento de 7% em relação ao ano anterior. A Xiaomi também avançou, alcançando 17% e consolidando-se como a segunda maior fabricante da região.
Marca | Vendas Q1 2025 (milhões) | Participação Q1 2025 | Vendas Q1 2024 (milhões) | Participação Q1 2024 | Crescimento anual |
---|---|---|---|---|---|
Samsung | 11,9 | 35% | 11,1 | 32% | +7% |
Xiaomi | 5,9 | 17% | 5,3 | 15% | +10% |
Motorola | 5,2 | 15% | 5,9 | 17% | -13% |
HONOR | 2,6 | 8% | 2,6 | 7% | +2% |
TRANSSION | 2,1 | 6% | 3,4 | 10% | -38% |
Outras | 6,0 | 18% | 6,5 | 19% | -9% |
Total | 33,7 | 100% | 34,9 | 100% | -4% |
A Motorola caiu para a terceira posição, com 15%, após uma retração de 13% nas vendas. Honor e Transsion (com a Infinix) completam o top 5, embora ambas tenham perdido participação no período.

Como explicou Miguel Pérez, analista sênior da Canalys, “o cenário econômico incerto e os temores de novas tarifas impactaram fortemente o mercado da América Latina. Fabricantes reduziram estratégias agressivas de vendas, enquanto consumidores postergaram trocas de aparelho, estendendo os ciclos de reposição.”
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Segmento de entrada segue como campo de batalha
Mesmo com os desafios, a Canalys aponta que o segmento de entrada e os smartphones premium foram os que mais concentraram crescimento no início de 2025. Modelos como Galaxy A06, A16, Redmi 14C, Note 14, Moto G15 e G05 foram os mais vendidos na região.
O segmento intermediário, responsável por 78% das vendas totais, continua sendo o campo de disputa mais importante para as fabricantes, que devem intensificar a competição ao longo de 2025.
Segundo as projeções da Canalys, o mercado latino-americano de smartphones deve encolher 1% no ano, pressionado por incertezas econômicas e pelo impacto de possíveis novas tarifas dos Estados Unidos sobre produtos vindos da China.
Fonte: Canalys

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