
Com efeito na elevação do custo de crédito, as novas regras para o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) mostram tendência a intensificar os efeitos negativos sobre a atividade econômica, avaliou o time de macroeconomia do BTG Pactual.
O cenário macro brasileiro já não é favorável no momento, com o ciclo restritivo da política monetária, cuja taxa básica de juros (Selic) opera em 14,75% ao ano, o nível mais alto em quase duas décadas.
Com as mudanças apresentadas pelo governo federal, algumas operações de crédito e câmbio que antes eram isentas passarão a pagar IOF. Além disso, para diversas outras operações a alíquota sofreu um aumento.
Na perspectiva dos economistas do BTG, mesmo que as novas regras não tenham afetado as transações no mercado de capitais, o custo das linhas de crédito bancário aumentará de forma expressiva.
O IOF para operações de Risco Sacada é um exemplo, pois o teto passará de 1,88% ao ano para 3,95%. Dessa forma, as linhas de crédito com prazo de 2,5 anos podem registrar um aumento de custo superior a 5 pontos percentuais (p.p.), segundo o Money Times.
“Para pequenas e médias empresas, que costumam pagar a taxa Selic — hoje em 14,75% — somada a um spread elevado, a pressão adicional de custos pode ser relevante”, afirmam os economistas do BTG.
Além disso, a equipe destacou que o aumento do IOF sobre as operações de crédito reforça o caminho que se espera para o ciclo da política monetária no momento, reiterando também a avaliação do banco de que a alta dos juros chegou ao fim.
O BTG avaliou ainda que não há espaço para novos aumentos da Selic em junho, na reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que acontece nos dias 17 e 18 do próximo mês.
A projeção do mercado financeiro é que a autoridade monetária mantenha o patamar atual da Selic.
BTG reduz recomendação de compra das ações do BB (BBAS3)
O BTG pactual reduziu a recomendação de compra da das ações do Banco do Brasil (BBSA3) de ‘compra’ para ‘neutra’ após baixo desempenho das ações no pregão de sexta-feira (16) devido aos resultados do BB no 1T25. A instituição não vê um bom ponto de entrada nos papeis da companhia em nota ao mercado nesta segunda-feira (19).
Apesar de sinalizações do banco nacional de quê o pior já passou, analistas do BTG não esperam confiar nas projeções internas do banco público. “As coisas ainda podem piorar antes de melhorar”, escreveram os analistas Eduardo Rosman, Ricardo Buchpiguel e Thiago Paura, do BTG.
Segundo eles, o balanço não apresenta a mesma robustez de anos anteriores e a correção de 13% nas ações pós resultado foi menor do que esperavam. O fato limita o potencial de valorização da empresa e dificulta sua recomendação a investidores.
O principal ponto de dúvida aos olhos do grupo de André Esteves é a carteira de crédito ligado ao agronegócio, que representa quase uma terço de todos os empréstimos do Banco do Brasil.
O relatório dos especialistas aponta que a inadimplência nesse setor continua subindo, e já supera as projeções que o próprio BB esperava. Segundo informações do portal Exame, há indícios de que parte dos produtores que obtiveram o crédito estariam postergando pagamentos.
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