
O Ibovespa está em uma sessão muito positiva nesta terça-feira (27), mas nem todas as ações acompanham esse ânimo, como é o caso da CSN Mineração (CMIN3), que lidera as perdas, caindo 5,07%, a R$ 5,24, por volta das 14h30 (horário de Brasília).
O mau momento ocorre por conta do rebaixamento na recomendação de neutro para venda pelo banco norte-americano Morgan Stanley.
Junto a isso, a instituição também cortou o preço-alvo dos papéis da CSN Mineração de R$ 6,20 para R$ 5,30, o que representa um potencial de desvalorização de 4% sobre o preço de fechamento da última segunda-feira (26).
A empresa também está sentindo a pressão vinda da desvalorização do minério de ferro recente, cujo contrato mais líquido — convencimento em setembro — encerrou as negociações desta sessão com queda de 1,76%, a US$ 96,15 a tonelada na Bolsa de Dalian, na China. Essa foi a terceira baixa consecutiva.
O Morgan Stanley acredita que a empresa apresenta um plano de expansão com um alto risco de execução, em meio a um fraco desempenho do minério de ferro.
“Vemos uma dinâmica de oferta e demanda mais desafiadora pesando sobre o desempenho da ação, enquanto o plano de expansão da empresa permanece uma incógnita devido a atrasos significativos em seu principal projeto de crescimento”, escreveram os analistas Eugenia Cavalheiro, Carlos de Alba e Henrique Braga em relatório, segundo o Money Times.
Além disso, os analistas deram destaque à mina Itabirite P15 da CSN Mineração. Era esperado que o ativo adicionasse uma capacidade de 16,5 milhões de toneladas por ano, com um teor de ferro de 67%. No entanto, seu início tem atrasado por 4 anos consecutivos, de 2023 para o quarto trimestre de 2027.
“Vemos um risco crescente de execução relacionado à entrega no prazo e dentro do orçamento da P15, o que levaria a uma desvalorização em relação ao nosso cenário base atual”, acrescentaram os analistas.
Outras avaliações do Morgan sobre a CSN Mineração (CMIN3)
Paralelamente, a equipe do Morgan Stanley considerou ainda que os acordos de pré-pagamentos trazem um novo obstáculo ao fluxo de caixa da CSN Mineração.
No momento, a empresa tem sete contratos ativos que somam quase 55,1 milhões de toneladas a serem entregues até o quarto trimestre de 2029 (4T29) por um valor pré-pago de US$ 2,4 bilhões.
Enquanto esses contratos caminham para serem entregues, os passivos relacionados a eles devem ser amortizados e levar a um consumo de capital de giro.
“Esses contratos garantem acesso imediato a caixa e liquidez, mas levam a uma menor conversão de Ebitda para Fluxo de Caixa Livre (FCF) ao longo do tempo”, afirmou o banco.
Dessa forma, a projeção dos analistas é que a CSN Mineração tenha um rendimento do FCF, em média, negativo em 9% entre 2025 e 2027, assumindo que não haverá novos contratos de pré-pagamento.
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