O Brasil sempre esteve no radar dos turistas internacionais — seja pelas praias deslumbrantes ou pela cultura. No entanto, de acordo com um novo estudo da Embratur, o que move o viajante de fora do país tem mudado. Hoje, mais do que pontos turísticos para tirar fotos, o que se procura são experiências autênticas. Isso mesmo: sentir o estilo de vida brasileiro, vivenciar a cultura local e se conectar com a natureza.
A pesquisa foi apresentada durante a WTM Latin America 2025 e analisou 17 países emissores estratégicos para o Brasil. Juntos, eles representam 80% do turismo internacional por aqui. Entre eles estão Alemanha, China, Reino Unido, Estados Unidos e Argentina. De maneira geral, todos apontaram uma tendência parecida: o turista quer se sentir parte do lugar que visita.
Turistas querem viver o Brasil
O visitante estrangeiro quer mais do que um passeio: ele quer uma imersão. Um exemplo citado no estudo mostra isso bem. O turista não se contenta em apenas tomar uma caipirinha na praia — ele quer aprender a prepará-la, entender a origem do limão e até o jeito brasileiro de brindar. É o que Alisson Andrade, coordenador de Mercados Internacionais da Embratur, percebe como “turismo de experiência”.
Segundo o levantamento, esse perfil é observado em todos os mercados analisados, com destaque para os europeus. Os alemães, por exemplo, valorizam viagens sustentáveis e com foco na natureza. Já os britânicos tendem a fazer viagens mais longas, com atenção especial ao lifestyle, gastronomia e cultura.
Pra onde eles estão indo
Os destinos brasileiros mais vendidos ainda são os clássicos: Rio de Janeiro, Salvador e Foz do Iguaçu. Mas há um movimento interessante em curso.
Regiões como Amazônia e Pantanal vêm ganhando força, especialmente entre turistas dos Estados Unidos, que antes tinham contato com poucos pontos do Brasil.
Além disso, destinos como Belém, Lençóis Maranhenses, Fernando de Noronha e Fortaleza também começaram a aparecer com mais frequência nas vitrines internacionais.
O que influencia a escolha dos turistas
Outro ponto levantado no estudo é o processo de decisão do turista. Apesar do avanço do digital, agências tradicionais ainda têm papel importante, principalmente em mercados como o chinês — onde 64% das viagens ao Brasil são feitas por meio dessas empresas.
Por outro lado, países que já conhecem bem o Brasil tendem a comprar diretamente, com mais autonomia. Ainda assim, fatores como conectividade digital, redes sociais e conteúdos inspiradores influenciam bastante.
A presença online do destino, portanto, se torna essencial para atrair esse novo perfil de viajante, cada vez mais curioso, exigente e conectado.
Tendências e oportunidades para o Brasil
Sustentabilidade, autenticidade e experiências personalizadas são hoje os maiores atrativos. O estudo também aponta o crescimento de nichos como turismo de aventura, LGBTQIA+, étnico e de bem-estar.
Em tempos em que o mundo quer respirar, relaxar e se reconectar, o Brasil — com suas florestas, praias, festas populares e culinária única — tem o que muitos turistas estão buscando.
Mais do que paisagens, o país oferece histórias. E é isso que o viajante internacional quer viver: algo que ele não encontra em nenhum outro lugar do mundo.
*Com informações de Panrotas
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