Entropia da reputação e o erro que virou o novo normal nas startups

Fonte: arquivo pessoal

Pense no nosso corpo. Se pararmos de nos cuidar – deixando de nos alimentar bem ou de nos exercitar – ele começa a enfraquecer e adoecer. Sem manutenção constante, a estrutura que nos mantém saudáveis se deteriora. Isso é entropia: a tendência natural de tudo ir do estado organizado para o desorganizado, a menos que haja um esforço contínuo para manter a ordem.

Agora, pense em uma empresa. Se os gestores não estiverem atentos e não derem direcionamentos estratégicos, os processos começam a se confundir. As pessoas perdem clareza sobre suas funções, projetos estagnam e, com o tempo, a empresa se torna ineficiente. Mas, quando há liderança ativa e uma rotina de organização e ajustes, a engrenagem corporativa continua girando e gerando resultados.

O mesmo acontece com a reputação de uma marca. Diferente do que muitos imaginam, reputação não é algo estático – ela precisa de manutenção constante. Pausas no investimento em relações públicas ou uma comunicação intermitente fazem com que a percepção construída se dissipe. No silêncio, a narrativa deixa de ser moldada pela empresa e passa a ser preenchida pelo mercado – e nem sempre da forma desejada.

Marcas que se comunicam apenas em momentos esporádicos correm o risco de se tornarem irrelevantes ou, pior, serem lembradas apenas quando algo dá errado. A reputação, assim como a saúde e a eficiência organizacional, precisa ser cultivada com consistência. Manter uma estratégia recorrente de comunicação e relacionamento com stakeholders é o que diferencia empresas que inspiram confiança daquelas que desaparecem no ruído do mercado.

Na contramão dessa entropia, empresas que colocam a gestão da reputação no centro da tomada de decisão e adotam uma estratégia de Reputation-Led Growth, transformam a inércia dos concorrentes em diferencial competitivo e vantagem financeira. Elas não apenas evitam a corrosão da marca, mas a fortalecem continuamente, criando um ativo intangível que impacta diretamente a percepção de valor, a atração de clientes e investidores e a sustentabilidade do negócio no longo prazo.

Silas Colombo: estratégias de comunicação e Marketing

*Silas Colombo é CCO e fundador da MOTIM. Formado em Jornalismo e com MBA em Estratégias de Comunicação e Marketing pela Cornell University, foi responsável por desenvolver campanhas de comunicação para marcas como Itaú, Volkswagen e o Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos Rio 2016. Na aceleradora, é diretor de comunicação e já produziu estratégias de relações públicas para mais de 200 marcas de inovação, tecnologia e empreendedorismo, desde startups a multinacionais.

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