
A reação contrária nas redes sociais ao anúncio de aumento nas alíquotas do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) pelo Ministério da Fazenda pesou na antecipação do anúncio de que parte do decreto seria revogado horas depois.
As aferições da Secretaria de Comunicação Social (Secom) apontaram rapidamente que o aumento do IOF estava tendo repercussão negativa não só entre agentes financeiros, mas também nas redes sociais.
Os ministros da Casa Civil, Rui Costa (PT) ; da Secom, Sidônio Palmeira; e de Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, estavam reunidos no Palácio do Planalto quando o ministro da Fazenda, Fernando Haddad (PT), ligou de São Paulo comunicando que recuaria do item que cobraria o imposto sobre remessas de fundos de investimento para o exterior — a taxa seria de 3,5%.
A medida foi mal recebida pelo mercado porque diversos fundos haviam diversificado suas aplicações ao enviar recursos para o exterior. A expectativa do governo, com as alterações no IOF, era elevar as receitas em R$ 20,5 bilhões em 2025 e alcançar R$ 41 bilhões em 2026 — mas não se sabe, agora, quanto será arrecadado.
Reação do Governo e Divergências Internas
Na reunião que ocorreria à noite no Planalto, houve divergências sobre o melhor momento para anunciar a decisão de Haddad. Segundo relatos obtidos pelo InfoMoney, o ministro da Fazenda defendia que o anúncio fosse feito na manhã de sexta-feira (23), enquanto Sidônio Palmeira argumentava que a mudança deveria ser comunicada imediatamente.
Uma ala do Palácio do Planalto considerou equivocada a estratégia do Ministério da Fazenda de anunciar o aumento nas alíquotas do IOF no mesmo momento em que também divulgava bloqueios no Orçamento de 2025. As duas medidas foram comunicadas na tarde de quinta-feira (22).
Oposição apresenta projetos para derrubar aumento do IOF
Mesmo com o recuo do governo Lula em modificar algumas das alíquotas do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), a oposição promete tentar derrubar a medida no Congresso Nacional.
Foi o que informou o líder da oposição na Câmara, deputado Luciano Zucco (PL-RS), que ainda nesta quinta-feira (22) protocolou um projeto de decreto legislativo para sustar o decreto do governo.
Um projeto de decreto legislativo pode ser apresentado por qualquer deputado ou senador, e precisa ser aprovado nas duas casas para derrubar medidas do Executivo.
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