
O Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) reabriu um inquérito administrativo que investiga o Google (GOGL34) por suposto abuso de posição dominante no mercado de buscas e no uso de conteúdo jornalístico.
A apuração diz respeito a uma possível “raspagem” de conteúdo jornalístico proveniente de outros sites por parte do Google. Isso faria com que o material aparecesse diretamente em sua página de resultados. O tema será analisado pelo tribunal do Cade na próxima quarta-feira (29).
A exibição de conteúdos jornalísticos diretamente nas plataformas da companhia pode desviar o tráfego que originalmente iria para os sites dos veículos de imprensa. Isso representa menos acesso e, consequentemente, menos receita publicitária para os produtores do conteúdo. Além disso, empresas jornalísticas se preocupam com a possibilidade de o Google priorizar seus próprios serviços nos resultados de busca.
O inquérito foi inicialmente aberto em 2018, mas acabou arquivado em dezembro de 2024 pela Superintendência-Geral do órgão.
Cade: reabertura do processo e argumentações
Em março de 2025, a conselheira Camila Cabral Pires Alves recomendou a reabertura do processo, sob o argumento de que autoridades reguladoras de países como Bélgica e França têm se mobilizado recentemente para coibir práticas semelhantes do Google no setor jornalístico.
“Essas discussões refletem preocupações com o mercado digital e com o equilíbrio entre os interesses das plataformas e dos editores de conteúdo”, afirmou a conselheira Camila Cabral Pires Alves na justificativa para a retomada do caso, segundo o Valor Econômico.
No processo, a ANJ (Associação Nacional de Jornais) declarou que houve queda na audiência dos sites jornalísticos como resultado da prática conhecida como raspagem de conteúdo. A entidade argumenta que, ao exibir trechos de notícias e manchetes, o Google aumenta a relevância de seu próprio conteúdo nas páginas de busca, o que levaria os leitores a deixarem de acessar diretamente os sites dos veículos de mídia.
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