
Entre os muitos vencedores brasileiros do Swift Student Challenge 2025, oito foram reconhecidos pela Apple como Distinguished Winners — uma uma classificação especial concedida a projetos que se destacam por coisas como criatividade, impacto e atenção aos detalhes.
Como de tradição, esses Distinguished Winners viajarão no mês que vem para a Califórnia (Estados Unidos), onde participarão de uma experiência de três dias durante a WWDC25 — onde poderão interagir com engenheiros da Apple e participar de laboratórios práticos.
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Além disso, os oito também ganharam destaque em uma publicação especial da Apple Brasil, na qual eles puderam contar mais detalhes sobre o que está por trás de seus softwares vencedores e também falar sobre o que os inspirou a desenvolvê-los.
A Nina Guelman, por exemplo, desenvolveu Earthling, um app distópico no qual uma catástrofe ambiental forçou a humanidade a buscar refúgio em Marte. Ela quer que os jogadores aprendam sobre sustentabilidade e que usem as ideias aprendidas para tornar o mundo um lugar melhor.
Como não existe ‘Planeta B’, é fundamental que as pessoas — especialmente as crianças — conheçam os perigos do aquecimento global e façam sua parte para evitar que a Terra se torne um lugar inabitável.

PapCheck, por sua vez, foi desenvolvido pela Letícia Lima de Souza para abordar a saúde reprodutiva feminina. Usando frameworks como o SwiftData e apresentando uma fada da saúde como guia, o app surgiu das dúvidas e inseguranças de mulheres com o próprio corpo.
Elas podem registrar seus exames, e o PapCheck calcula automaticamente o melhor momento para o próximo. O app também oferece dicas práticas e ativa um checklist interativo, tornando a preparação mais leve, simples e até divertida.

Outro app que pode ser bastante útil para mulheres é o Lila’s Street Soccer Guide, criado pela Marília Luz dos Santos para incentivar a prática do futebol entre mulheres. Apresentando conceitos fundamentais do esporte, o software pode ser uma poderosa ferramenta de inclusão feminina.
Eu geralmente era a única menina jogando […]. Percebi que, quando eu tomava a iniciativa, outras meninas também se sentiam encorajadas a jogar. Aqueles momentos foram muito importantes para mim.

O Felipe Mussi Ferreira Peixoto foi o criador do Braille with Zico, um app para ensinar Braille com a ajuda do Zico, mascote do desenvolvedor que representa o seu próprio cachorro deficiente visual. O software conta com o framework AVFoundation (para dar retorno auditivo) e com gestos de toque.
Mesmo que nunca tenham pensado nisso antes, quero que percebam como a tecnologia inclusiva pode empoderar as pessoas de maneiras significativas.

O app Yume’s Spellbook, por sua vez, foi criado pela Larissa Ayumi Okabayashi para apresentar aos usuários conceitos introdutórios referentes aos grandes modelos de linguagem (LLMs) — isso, por meio de uma interface lúdica e interativa em formato de livro e usando ferramentas como Core ML.
Meu objetivo com o Yume’s Spellbook é ajudar pessoas que não têm experiência em tecnologia a entender como os LLMs são construídos e por que é importante entender suas limitações.

Outro app focado em programação, o Code the Beat foi desenvolvido pelo Thiago Parisotto Dias para ensinar conceitos de programação em Swift por meio da música, ritmo e som, apresentando conceitos como variáveis, funções, arrays, loops e condicionais de forma divertida e descontraída.
Espero que os usuários não apenas aprendam os fundamentos da programação, mas também se divirtam no processo. Quero que experimentem a alegria de criar algo novo e entendam como o código pode ser poderoso e criativo.

Já o João Pedro foi o responsável pelo Fimbo Village, um software focado no público infantil cujo objetivo é ensinar teoria musical para crianças com minijogos interativos — inspiração que ele teve após crescer em um lar com forte conexão com a música e ao grande incentivo de seus pais.
Como a teoria musical pode ser complexa, pensei: ‘E se a gente simplificasse?’ […] Decidi focar no público infantil porque, com uma abordagem divertida, os conceitos podem ser mais fáceis de entender.

Por fim, a Apple destacou o trabalho da Carolina Quiterio, que criou o app Ada’s Graph para ajudar usuários iniciantes a entender conceitos de ciência da computação como grafos e estruturas de dados. O nome é inspirado no trabalho de Ada Lovelace (1815–1852), pioneira da história da computação.
Lembro até hoje do dia em que descobri que a primeira programadora da história foi uma mulher […] Aquilo me deu um sentimento de pertencimento e orgulho, e quero que outras pessoas sintam o mesmo.

De acordo com a Apple, seis dos Distinguished Winners brasileiros deste ano foram participantes de uma Apple Developer Academy — o que mostra que o programa é uma excelente oportunidade e porta de entrada para o desenvolvimento focado no ecossistema da empresa.