
Se boa parte das empresas gerenciam suas despesas, por que tantas ainda perdem dinheiro sem perceber? O erro não está na falta de controle, mas na forma como esse controle é feito.
A maioria delas – pequenas, médias e até grandes – encara a gestão financeira apenas como um setor operacional, um mal necessário. É aquele processo burocrático que precisa existir, mas sem grande impacto estratégico. Isso leva a um modelo reativo, em que os gastos são analisados apenas após feitos, muitas vezes sem visibilidade em tempo real. E é aí que mora o problema, já que, com essa abordagem, as companhias perdem eficiência, reduzem margem de lucro e, no pior cenário, comprometem seu crescimento.
A pesquisa Panorama da Gestão de Despesas Corporativas no Brasil, desenvolvida pela Conta Simples em parceria com a Visa, mostrou que 100% das empresas entrevistadas não compreendem integralmente o que é a gestão de despesas. O estudo revelou que 84% delas associam a atividades como controle, organização e gerenciamento – o que, naturalmente, é esperado. Esses conceitos são fundamentais para garantir que o negócio não vá à falência, mas onde estão os outros aspectos cruciais? O controle das despesas é muito mais do que apenas evitar problemas financeiros. Ela deve ser vista como uma ferramenta estratégica capaz de impulsionar negócios.
Para equilibrar, muitas empresas focam apenas em cortes, mas reduzir gastos sem um plano estratégico pode comprometer a operação e a competitividade. Além disso, a falta de visibilidade em tempo real impede que decisões financeiras sejam tomadas com base em dados atualizados. Muitas companhias – mais precisamente 39% das MPMEs brasileiras, segundo o estudo – ainda dependem de métodos manuais e demorados, como planilhas e aprovações engessadas, tornando a administração lenta e suscetível a erros.
Outro problema recorrente é a desconexão entre a gestão de despesas e o crescimento do negócio. Empresas que não enxergam os gastos como parte da estratégia perdem oportunidades de investimento inteligente. Em um cenário onde eficiência é o novo lucro, quem não otimiza o gerenciamento financeiro está ficando para trás.
A boa notícia é que esse problema tem solução – e não está relacionado apenas ao corte de gastos, mas sim mudar como as organizações lidam com seus gastos. O primeiro passo é encarar a gestão de despesas como um motor de crescimento. Ter controle sobre onde e como o dinheiro está sendo usado permite otimizar investimentos e aumentar a eficiência. O uso da tecnologia para automatizar e dar visibilidade é essencial. Plataformas de gestão de despesas eliminam processos manuais, oferecem dashboards em tempo real e permitem prever cenários futuros. Trazer uma abordagem baseada em dados para as finanças não é luxo e nem diferencial, é uma necessidade.
Além disso, a cultura financeira é fundamental. Negócios que envolvem seus times nesse gerenciamento, com transparência e processos simples, aumentam a responsabilidade e reduzem desperdícios. O mercado financeiro está cada vez mais tecnológico e dinâmico, e as empresas que continuam tratando a gestão de despesas como um setor burocrático vão perder competitividade.
A evolução para Conta Simples 2.0, que a partir de agora contará com fluxo de atualizações semestrais, chega para multiplicar os ganhos registrados por empresas que digitalizaram suas áreas financeiras. Em 2024, aquelas que utilizam a plataforma da Conta Simples economizam até nove horas por semana na gestão das finanças, um total de 370 mil horas de trabalho e R$ 38 milhões.
Acreditamos que simplicidade e tecnologia podem, sim, multiplicar o impacto dos times financeiros, resultando em menos complexidade e mais resultados. Tornar as coisas fáceis talvez seja o atributo mais difícil de ser alcançado, e esse é um grande objetivo nosso. E essa rotina pode ser um importante diferencial competitivo definitivo para clientes que buscam crescimento sustentável.
*Rodrigo Tognini é cofundador e CEO da Conta Simples, principal plataforma de gestão de despesas no Brasil. Formado em Administração de Empresas pelo Insper, com especialização em Negócios e Empreendedorismo pela Columbia University, fundou a Conta Simples em 2019 com o propósito de transformar a gestão financeira de pequenas e médias empresas. Tognini sempre esteve envolvido na construção de ecossistemas empreendedores, como a Liga de Empreendedores do Insper. Antes de ingressar no mundo das fintechs, também se dedicou ao esporte, defendendo a seleção brasileira de base no basquete. Sob sua liderança, a Conta Simples foi acelerada pelo Y Combinator e captou mais de R$ 300 milhões, consolidando-se como referência em gestão de despesas para PMEs. Em 2024, passou a integrar a lista da Under 30, da Forbes, que reconhece jovens talentos de até 30 anos que se destacam em diversas áreas, como negócios, tecnologia, esportes, entretenimento e impacto social.
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