O banco Morgan Stanley emitiu um alerta nesta segunda-feira (19) sobre a valorização das ações da Tesla, afirmando que o atual patamar de mercado da empresa é difícil de justificar e pode se tornar ainda mais desafiador no curto prazo.
Em relatório enviado a clientes, analistas da instituição destacaram que, mesmo após quase 15 anos como empresa de capital aberto, investidores continuam enfrentando dificuldades para sustentar a avaliação da montadora liderada por Elon Musk.
De acordo com o banco, muitos investidores atribuem ao negócio principal da Tesla, a fabricação de veículos elétricos, um valor entre US$ 50 e US$ 100 por ação, bem abaixo da cotação atual.
“Parar por aí seria como avaliar a Amazon apenas como varejista online ou a Apple como fabricante de celulares”, escreveram os analistas, defendendo que o valor da Tesla está atrelado a outras frentes de inovação.
Potencial de crescimento da Tesla
Entre os segmentos destacados estão os projetos de direção autônoma, armazenamento de energia e robótica. O Morgan Stanley estima que a Tesla pode alcançar uma base instalada de 50 milhões de veículos até meados da década de 2030, o que abriria espaço para receitas recorrentes significativas.
O segmento de armazenamento de energia, por exemplo, é apontado como o “negócio de hardware com maior crescimento e margem” da empresa, com valor estimado de US$ 67 por ação.
Desafios e perspectivas
Apesar do otimismo com o potencial de longo prazo, o banco alerta que grande parte da valorização da Tesla depende de negócios ainda não lançados ou com pouca transparência. “Nosso cenário otimista de US$ 800 por ação exigiria pelo menos US$ 20 de lucro por ação. Hoje, a empresa entrega cerca de US$ 2”, afirmaram.
O relatório conclui que, para sustentar sua valorização, a Tesla precisará apresentar resultados concretos em termos de lucro e fluxo de caixa, algo que o mercado tradicional exige para justificar investimentos de longo prazo.
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