Em eleição presidencial que era observada com atenção na União Europeia, boca de urna aponta que prefeito de Bucareste Nicusor Dan superou o ultradireitista George Simion, um eurocético pró-Trump.O centrista independente Nicusor Dan apareceu na noite deste domingo (18/05) na liderança de duas pesquisas boca de urna do segundo turno presidencial da Romênia, com 54,1% e 54,9%. Caso as porcentagens sejam confirmadas na contagem, o resultado deve ser visto com alívio entre outros países-membros da União Europeia (UE), já que Dan é um apoiador declarado do bloco.
Já o eurocético George Simion, líder do partido de ultradireita Aliança para a União dos Romenos (AUR), que havia ficado na liderança do primeiro turno no início de maio, apareceu nas pesquisas com entre 45,1% e 45,9%.
Após o fechamento das urnas no domingo, Dan, de 55 anos, disse à mídia que “as eleições não são sobre políticos”, mas sobre comunidades e que na votação de domingo “uma comunidade de romenos venceu, uma comunidade que deseja uma mudança profunda na Romênia”. “Quando a Romênia passar por momentos difíceis, vamos nos lembrar da força da sociedade romena”, disse ele.
Após o anúncio das pesquisas, a imprensa romena passou a destacar o temor de protestos violentos no país, já que o ultradireitista Simion vinha nos últimos dias ensaiando sem provas um discurso de que uma eventual derrota da sua candidatura poderia ser resultado de uma fraude.
Quase 18 milhões de cidadãos estavam aptos a votar para eleger um novo presidente do país – que integra a União Europeia (UE) e a Otan. Segundo dados oficiais, a participação eleitoral neste segundo turno foi de 64,70%, ou 11.639.301 votantes. No primeiro turno, a participação foi de 53%.
O cargo de presidente na Romênia tem poderes mais limitados que em outros países com Executivos fortes, mas ainda assim inclui prerrogativas como definir a política externa e de segurança. O novo presidente também será encarregado de nomear um novo primeiro-ministro, depois que Marcel Ciolacu renunciou ao cargo após o fracasso do candidato de sua coalizão em avançar para o segundo turno.
Na UE, onde a ultradireita vem registando uma série de avanços, uma possível vitória de George Simion vinha sendo encarada com apreensão, por potencialmente vir a reforçar o campo nacionalista e eurocético do bloco, que conta com figuras como o primeiros-ministros Viktor Orbán, da Hungria, e Robert Fico, da Eslováquia.
Neste domingo, o governo da Romênia também denunciou o que chamou de sinais de interferência russa, assim como havia ocorrido no ano passado. O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores romeno, Andrei Ţarnea, disse na rede social X que “mais uma vez são visíveis sinais de interferência russa” nas eleições.
“Uma campanha viral de notícias falsas no Telegram e outras plataformas de mídia social tem como objetivo influenciar o processo eleitoral”, afirmou o porta-voz cerca de uma hora antes do fechamento das seções eleitorais.
Pleito após anulação
O pleito deste domingo ocorreu pouco mais de cinco meses após a anulação do segundo turno original na Romênia devido a suspeitas de interferência russa.
Calin Georgescu, que surpreendeu ao vencer o primeiro turno original que foi posteriormente anulado, foi barrado da nova corrida presidencial.
Georgescu, no entanto, ainda tentou influenciar o pleito, declarando apoio a Simion.
Ao final do primeiro turno do novo pleito, no início de maio, Simion também disse que queria transformar o que via como o “roubo” eleitoral do ano passado em uma vitória. Um fervoroso apoiador de Donald Trump, o novo presidente de 38 anos também prometeu colocar “a Romênia em primeiro lugar”, emulando o estilo do presidente americano.
Por outro lado, Simion vinha afirmando ser “mais moderado” que Georgescu, um admirador declarado de antigos fascistas romenos. Ainda assim, ele disse compartilhar com Georgescu sua animosidade em relação ao que ele chama de “burocratas não eleitos de Bruxelas”, acusando-os de interferir nas eleições romenas.
jps (EFE, DW, ots)
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