O dólar passou nesta sexta-feira, 16, por uma sessão de acomodação após o avanço firme da véspera, oscilando em margens estreitas até encerrar em leve baixa ante o real, em um dia de agenda relativamente esvaziada e sem gatilhos fortes para as cotações.
+ Sadia, Perdigão, Montana, Bassi e receita de R$ 152 bi: entenda a fusão da Marfrig com a BRF
O dólar à vista fechou em leve baixa de 0,20%, aos R$ 5,6690. Na semana, a divisa acumulou alta de 0,25%. Veja cotações.
Às 17h18, na B3, o dólar para junho — atualmente o mais líquido – cedia 0,33%, aos R$ 5,6845.
O Ibovespa fechou com uma queda modesta nesta sexta-feira, marcada pelo tombo das ações do Banco do Brasil, refletindo frustração dos agentes com o resultado do banco nos primeiros meses do ano, e pela disparada da Marfrig, que renovou máximas históricas após anunciar que irá incorporar a BRF.
Índice de referência do mercado acionário brasileiro, o Ibovespa caiu 0,24%, a 138.999,03 pontos, de acordo com dados preliminares, após marcar 137.713,31 pontos na mínima e 139.334,72 pontos na máxima do dia. Na semana, contudo, acumulou um ganho de 1,82%.
O volume financeiro nesta sexta-feira somava R$25,58 bilhões antes dos ajustes finais, influenciado também pelo vencimento de opções sobre ações na bolsa paulista.
O dólar no dia
Na quinta-feira o dólar havia subido 0,84%, com investidores se apegando a especulações de que o governo estaria preparando um pacote de gastos para alavancar a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2026, ano de eleição, com medidas que poderiam incluir um possível reajuste do Bolsa Família. A percepção era de que as medidas prejudicariam o ajuste fiscal brasileiro.
Ainda que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tenha desmentido haver estudos no governo para o reajuste do Bolsa Família — o que já tinha sido negado pelo ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias — e insistido que sua pasta trabalha apenas em medidas fiscais pontuais “para o cumprimento da meta fiscal”, o dólar se manteve em alta na véspera.
Nesta sexta-feira, a divisa chegou a acelerar os ganhos no período da manhã, superando os R$5,70, mas o impulso não se sustentou e o dólar retornou para perto da estabilidade.
A elevação do dólar na quinta-feira “foi Tesouraria de banco trabalhando para ganhar dinheiro, porque os fundamentos não justificariam uma alta assim”, comentou nesta sexta-feira João Oliveira, head da Mesa de Operações do Banco Moneycorp.
“Então, o dólar subiu ontem, e hoje manteve o nível, mesmo porque o fluxo diminui um pouco às sextas-feiras”, acrescentou, chamando atenção ainda para a agenda esvaziada no Brasil e no exterior.
Após marcar a cotação máxima de R$5,7147 (+0,61%) às 10h07, o dólar à vista atingiu a mínima de R$5,6615 (-0,33%) às 15h49, para depois encerrar próximo disso.
No exterior, a divisa norte-americana subia ante moedas fortes como o iene, o euro e a libra, mas tinha no fim da tarde sinais mistos ante as moedas de países emergentes – cedia ante o real e o peso mexicano, por exemplo, mas avançava ante o peso chileno e a lira turca.
Às 17h11 o índice do dólar — que mede o desempenho da moeda norte-americana frente a uma cesta de seis divisas — subia 0,31%, a 101,080.
Pela manhã, o BC vendeu toda a oferta de 30.000 contratos de swap cambial tradicional para fins de rolagem do vencimento de 2 de junho de 2025.
O dia do Ibovespa
No exterior, a semana encerrou com tom positivo em Wall Street, onde o S&P 500 avançou 0,7%, ainda sustentado pela trégua tarifária entre os Estados Unidos e a China e dados de inflação mais moderados, enquanto indicadores de atividade econômica seguem em moderação, mas não indicam recessão.
“Os primeiros dados de atividade, mercado de trabalho e inflação que já contemplam o período após o ‘Liberation Day’ no dia 2 de abril… indicam um cenário bem melhor do que as projeções mais desoladoras apontavam”, destacou o analista Lucas Farina, da Genial Investimentos.
DESTAQUES
– BANCO DO BRASIL ON afundou 12,69%, chegando a perder R$23 bilhões em valor de mercado no pior momento, após resultado bem abaixo das previsões no mercado, com o banco de controle estatal suspendendo várias previsões sobre o desempenho em 2025. O BB relacionou o desempenho pior no primeiro trimestre, bem como a suspensão de previsões, ao agravamento da inadimplência de parte da carteira de agronegócios acima do esperado em 2025 e à vigência de novas regras contábeis.
– MARFRIG ON disparou 21,35%, tendo renovado máxima histórica intradia, após anunciar que vai incorporar a BRF, formando a MBRF, uma empresa global do setor de carnes e alimentos processados com receita de R$152 bilhões. BRF ON subiu 0,78%. Ainda no radar, estavam os resultados do primeiro trimestre de ambas as empresas divulgados na véspera e confirmação pelo Brasil da primeira detecção do vírus da influenza aviária de alta patogenicidade em granja comercial.
– ITAÚ UNIBANCO PN fechou em alta de 0,58%, acompanhado por BRADESCO PN, que subiu 0,33%, enquanto SANTANDER BRASIL UNIT perdeu 1,05% e BTG PACTUAL UNIT terminou negociada em baixa de 1,41%.
– COSAN ON recuou 1,94%, após reportar na véspera prejuízo líquido de R$1,8 bilhão no primeiro trimestre deste ano, bem acima do prejuízo de R$192 milhões um ano antes. O Bradesco BBI revisou estimativas para a companhia e cortou o preço-alvo da ação de R$12 para R$11, destacando que o período de 2025 a 2026 deve ser desafiador para a companhia, considerando as taxas de juros ainda altas no Brasil e a falta de dividendos da Raízen.
– CYRELA ON subiu 3,1%, após mostrar aumento de 23% no lucro líquido do primeiro trimestre em comparação com o mesmo período do ano passado, para R$328 milhões. O copresidente da companhia, Raphael Horn, afirmou que o segundo trimestre está “indo bem” para a empresa e as condições macroeconômicas estão compatíveis com o conjunto de lançamentos da construtora para 2025, que deve crescer em relação ao ano passado.
– VALE ON encerrou com acréscimo modesto de 0,07%, distante da mínima do dia, em sessão de queda do contrato de minério de ferro mais negociado na Bolsa de Mercadorias de Dalian, na China, que encerrou as negociações do dia com queda de 0,95%, a 728 iuanes (US$101,11) a tonelada, registrando um aumento semanal de 4,5%.
– PETROBRAS PN subiu 0,47%, em dia de alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou com acréscimo de 1,36%. A estatal disse nesta sexta-feira que vai aportar R$557 milhões em parada programada de manutenção na Refinaria Alberto Pasqualini (Refap), em Canoas (RS), que ocorrerá a partir de domingo até o início de agosto.
– MÉLIUZ ON, que não faz parte do Ibovespa, disparou 28,14%, após anunciar a aquisição de US$28,4 milhões em bitcoin, no que chamou de seu “primeiro ato como uma bitcoin treasury company”, após acionistas aprovarem uma alteração do objeto social da companhia para contemplar a possibilidade de investimentos na criptomoeda como parte de sua estratégia de negócios.
– GOL PN avançou 2,11%, com agentes repercutindo anúncio da companhia aérea de que assegurou financiamento de US$1,9 bilhão junto a credores e investidores para poder deixar o processo de recuperação judicial iniciado nos Estados Unidos no ano passado.
O post Dólar fecha semana cotado a R$ 5,66 em dia de ajustes; Ibovespa tem leve recuo puxado por BB apareceu primeiro em ISTOÉ DINHEIRO.