Brasil aguarda notificações de países sobre embargos por gripe aviária

Criação de frangos / Foto: Agência Brasil

O Brasil ainda não recebeu manifestações oficiais de países importadores sobre possíveis embargos à carne de frango brasileira, após a confirmação de um foco de gripe aviária em uma granja comercial no Rio Grande do Sul, anunciada nesta sexta-feira (16). A informação foi dada pelo ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, em entrevista à Reuters.

O ministro lembrou que, conforme protocolos internacionais, países como China, Coreia do Sul e União Europeia costumam impor embargos totais por 60 dias em casos de registro da doença em granjas comerciais. No entanto, até o momento, não houve comunicações formais.

Fávaro reconheceu que é “inevitável” que haja restrições por parte de alguns mercados, mas disse confiar na resposta rápida do serviço sanitário brasileiro para conter os impactos e reduzir a duração dos embargos. Ele ressaltou que os efeitos econômicos dependerão da abrangência das restrições — se serão regionais ou nacionais.

Impacto do Brasil no Mercado de Frango

Segundo o ministro, a relevância do Brasil no mercado internacional — com cerca de 35% das exportações globais de carne de frango brasileira — pode favorecer o país nas negociações.

“Para que haja uma flexibilização [dos embargos], é nosso papel transmitir segurança e credibilidade ao mercado. Por isso, vamos adotar ações rápidas, muito efetivas…”, afirmou, segundo o InfoMoney.

Ele destacou que, caso não haja indícios de contaminação em outras regiões do país, existe a possibilidade de os países manterem as compras da carne brasileira, restringindo apenas a origem do Rio Grande do Sul.

“Claro que existe [essa possibilidade], claro que existe. Depende muito mais de nós do que deles”, completou.

Segundo os protocolos, a China — maior importador da carne de frango brasileira em 2024 — tende a adotar um embargo completo por 60 dias.

Citi: gripe aviária nos EUA não deve impactar muito setor frigorífico

No estado da Geórgia, nos EUA, foram identificados casos recentes de gripe aviária, o que não deve ter impacto significativo sobre as empresas do setor de proteínas, afirmou o Citi. O banco também destacou, que o risco negativo é “imaterial, se não positivo para a JBS (JBSS3)“, ao passo que a BRF (BRFS3), Marfrig (MRFG3) e Minerva (BEEF3) devem ser pouco afetadas.

A explicação do Citi é que, diferentemente do Brasil, normalmente as restrições às exportações nos EUA são regionais, o que permite que as empresas redirecionem embarques a partir de outros Estados, diz o banco em relatório, de acordo com o “E-Investidor”.

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