
A Azul Linhas Aéreas (AZUL4) encerrou o primeiro trimestre de 2025 com lucro líquido de R$ 1,6 bilhão, revertendo o prejuízo de R$ 1 bilhão registrado no mesmo período do ano anterior. O desempenho positivo foi impulsionado por um ambiente favorável de demanda e crescimento nas operações.
No entanto, ao se considerar os efeitos não recorrentes, como variações cambiais, a companhia apresentou um prejuízo ajustado de R$ 1,8 bilhão — um aumento de 460% nas perdas em relação ao ano anterior.
A receita líquida da empresa cresceu 15,3% no período, totalizando R$ 5,3 bilhões. O transporte de passageiros foi responsável por R$ 5 bilhões desse montante, também com alta de 15,2%.
No total, 7,9 milhões de passageiros foram transportados nos três primeiros meses do ano, o que representa um crescimento de 9,8% em comparação ao primeiro trimestre de 2024.
Apesar da alta na receita e na demanda, o rendimento por quilômetro voado caiu 3,5%, ficando em R$ 0,4809. Mesmo assim, a companhia elevou sua capacidade em 16%, apoiada principalmente pelo crescimento de 39% nas rotas internacionais.
“O ambiente de forte demanda e o ótimo desempenho de nossas unidades de negócios nos permitiram aumentar nossa capacidade em 16%, impulsionados principalmente por um aumento de 39% nas operações internacionais”, afirmou John Rodgerson, CEO da Azul, em comunicado.
Custos pressionam margem operacional e Ebitda da Azul recua
O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) totalizou R$ 1,3 bilhão no trimestre, recuo de 2,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.
A margem Ebitda caiu para 25,7%, uma redução de 4,6 pontos percentuais. De acordo com a Azul, esse desempenho foi impactado pela desvalorização do real frente ao dólar, elevação nos preços de combustíveis e inflação.
O custo operacional por assento (CASK) aumentou 7,6%, atingindo R$ 0,3768. Segundo a companhia, a alta foi influenciada pelo câmbio, pela inflação acumulada de 5,5% em 12 meses, pela expansão da malha internacional — que envolve maiores taxas e despesas de distribuição — e pelo crescimento da frota, o que elevou os custos com depreciação. Parte desse impacto foi mitigada por ações de controle de custos.
Por outro lado, a valorização do real durante o período teve efeito positivo sobre o resultado financeiro líquido da Azul, que fechou em R$ 212,5 milhões, revertendo perdas de R$ 1,9 bilhão registradas um ano antes.
“Olhando para o futuro, a Azul está bem posicionada para capitalizar as oportunidades emergentes tanto nos mercados domésticos quanto internacionais. Manteremos o foco em otimização de nossa malha para maximizar a rentabilidade, permanecendo atentos na gestão de custos e aprimorando a experiência do cliente”, disse Rodgerson.
O executivo destacou também avanços na reestruturação financeira, incluindo um processo de conversão de dívida em ações, e negociações em curso com parceiros para reforçar a liquidez e o capital da empresa.
Ao final do trimestre, a dívida líquida da Azul somava R$ 31 bilhões, alta de 50,3% em relação ao ano anterior, excluindo os efeitos cambiais. A alavancagem passou de 3,7 vezes para 5,2 vezes no período.
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