Onde você está? Ruas sem identificação atormentam moradores em Foz

Circular por alguns bairros de Foz do Iguaçu é o mesmo que tentar montar um quebra-cabeça a céu aberto. Muitas ruas não têm placas de identificação e dificultam a localização de endereços residenciais e comerciais.

A reportagem do H2FOZ percorreu áreas de quatro bairros da cidade – Libra, Morumbi, Jardim Itália e Panorama – e constatou que é comum a falta de placas de identificação das vias. Em alguns casos, os nomes estão escritos em postes, dificultando muito a leitura.

Uma das regiões visitadas é o limite entre o Conjunto Libra e o Jardim Itália. Lá, a reportagem encontrou uma rotatória que demarca a mudança de nome de duas ruas.

O nome da Rua Paranapanema continua após a rotatória como José Teles da Conceição. O mesmo ocorre com a Júlio Delamare, que depois do cruzamento passa a ser chamada Paulo Schertner. O problema ali é que não há placas e os nomes ficam em postes com a identificação prejudicada.

População fica à deriva

Em algumas áreas do Libra e do Panorama, embora muitas esquinas tenham o nome das ruas, alguns moradores fazem questão de colocar a identificação junto à placa que indica o número da casa.

Em uma das residências do Panorama, o morador, com habilidades de marcenaria, resolveu colocar uma placa para facilitar a vida de quem transita por lá.

Representante comercial, Miriam Leite circula com frequência pela cidade e diz que a falta de nome nas vias públicas é bem pior nos bairros, em relação ao centro.

Ela diz que acaba usando GPS, porém o sinal de internet muitas vezes falha, não localiza o endereço ou indica um lugar errado. “Ficamos à deriva”, frisa.

Miriam ainda relata ser comum a numeração das casas não ter uma sequência ou ser repetida.

Nomes das ruas fazem parte da cultura

Professor e coordenador do curso de Arquitetura e Urbanismo do Centro Universitário Descomplica UniAmérica, Alexandre Balthazar avalia que é fundamental a identificação das vias. 

“Ruas têm nomes, isso faz parte da nossa cultura, e vale a pena inclusive pensarmos a razão do nome de nossas ruas”, coloca.

De acordo com ele, embora o GPS ajude a localizar endereços, muitas vezes é preciso conferir, porque pode haver erros. Balthazar também salienta que, se alguns moradores chegam a colocar placa na própria casa, fica evidente a omissão do poder público.

Para o arquiteto, em uma cidade turística, as placas poderiam ter um conceito “bacana”, coerente com a cidade.

Enquanto sugestão de melhorias, o professor menciona a necessidade de placas reforçadas e um pouco mais altas, para evitar vandalismo, e com design diferenciado e em harmonia com uma cidade turística, palco de uma das Sete Maravilhas da Natureza, as Cataratas do Iguaçu.

Balthazar ainda sugere que as placas de cada bairro poderiam ter cores diferenciadas, por exemplo, reforçando ainda mais a identidade local.

Em nota, Foztrans informa que vai avaliar situação

O Instituto de Transportes e Trânsito (Foztrans) informa que está realizando um levantamento técnico para avaliar as condições das placas de identificação das vias públicas de Foz do Iguaçu. O objetivo é reunir dados atualizados que subsidiem o processo de revitalização e padronização da sinalização.

A proposta é promover a substituição gradual das placas em mau estado de conservação, bem como instalar novas placas nos cruzamentos que ainda não contam com a sinalização, garantindo mais organização, segurança e facilidade na localização de endereços.

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