
Histórias sobre galos que botam ovos sempre despertam curiosidade e, em um primeiro momento, parecem absurdas. Afinal, biologicamente, machos da espécie não possuem ovários nem o aparelho reprodutor necessário para essa função. Mesmo assim, relatos surpreendentes já foram registrados, inclusive no Brasil.
Embora raros, esses episódios têm explicações científicas. Em geral, envolvem condições genéticas específicas, como o hermafroditismo e o ginandromorfismo bilateral, que causam alterações físicas e reprodutivas no animal.
Esses casos ajudam a entender como a natureza pode, às vezes, escapar das regras conhecidas e surpreender até os especialistas.
O que a ciência diz sobre galos que botam ovos?

O hermafroditismo ocorre quando um indivíduo nasce com órgãos reprodutivos femininos e masculinos ao mesmo tempo. Já o ginandromorfismo bilateral é ainda mais raro: o corpo da ave pode apresentar traços físicos femininos de um lado e masculinos do outro. Em alguns casos, a divisão é visível até nas penas e na coloração.
Em aves afetadas por esse fenômeno, um lado pode ter o porte e a plumagem típicos de um galo, enquanto o outro se assemelha a uma galinha. Essa assimetria não se limita à aparência: ela pode se estender também ao comportamento e à funcionalidade reprodutiva da ave.
Essas condições são fruto de alterações cromossômicas e ocorrem durante a formação do embrião. Embora não garantam necessariamente que a ave vá produzir ovos, tornam possível que um animal identificado como macho apresente, de fato, características reprodutivas femininas, o que torna o caso ainda mais fascinante.
O caso de Chico, o galo que botava ovos em Santa Catarina
Um dos registros mais conhecidos no Brasil é o do galo Chico, que viveu na cidade de Caçador, em Santa Catarina. Seu dono, Pedrinho Martins da Silva, estava prestes a abatê-lo quando descobriu algo inusitado: Chico havia botado um ovo. A surpresa foi tamanha que o abate foi imediatamente cancelado.
O caso logo se espalhou e levantou debates entre criadores, veterinários e curiosos. Afinal, como um galo poderia realizar uma função que, por definição, pertence às galinhas?
A resposta pode estar justamente em uma condição genética como as citadas anteriormente. Chico teria apresentado uma dessas alterações raras, o que explicaria sua capacidade incomum. A história reforça como a ciência ainda encontra mistérios até nos animais mais próximos do cotidiano.
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