A OpenAI anunciou nesta semana uma nova iniciativa chamada “OpenAI for Countries”, voltada para apoiar governos de diferentes partes do mundo no desenvolvimento de suas próprias infraestruturas de inteligência artificial. Segundo a empresa, a proposta é criar uma alternativa baseada em princípios democráticos frente a modelos de uso da IA considerados autoritários.
A ação faz parte do Stargate, projeto anunciado em janeiro em parceria com Oracle, SoftBank e com apoio do governo dos Estados Unidos.

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A primeira etapa já está em andamento com a construção de um campus de supercomputação em Abilene, Texas, e a intenção agora é levar essa infraestrutura a outros países que demonstraram interesse em seguir uma abordagem semelhante.
Apoio à construção de data centers e ecossistemas locais
De acordo com a OpenAI, governos de diversos países vêm buscando apoio para criar suas próprias infraestruturas de IA.
A empresa afirma que essas estruturas, como data centers e ambientes de computação de alto desempenho, devem se tornar elementos centrais para o crescimento econômico e o desenvolvimento nacional nos próximos anos.
Como resposta, a OpenAI propõe parcerias formais com os países interessados para:
- Construir data centers locais, com foco em segurança e soberania de dados;
- Personalizar o ChatGPT de acordo com as línguas e necessidades culturais de cada país, visando melhorar setores como educação, saúde e serviços públicos;
- Fortalecer os sistemas de segurança e controle dos modelos de IA, alinhando-se aos princípios de direitos humanos e governança democrática;
- Criar fundos nacionais de startups, com investimento conjunto entre a empresa e os governos, para fomentar novos negócios e empregos ligados ao setor de tecnologia.
Segundo a empresa, essas ações também reforçariam a liderança dos Estados Unidos no setor de IA, com os países parceiros participando da expansão do próprio Stargate Project e, com isso, fortalecendo o chamado ecossistema de “IA democrática”.
Foco em modelos transparentes e com liberdade de escolha
Na visão da OpenAI, “IA democrática” significa desenvolver tecnologias que respeitem valores como liberdade de escolha, transparência e competição justa.
A empresa afirma que esse tipo de abordagem pode impedir usos abusivos da IA por governos que queiram concentrar poder ou limitar a liberdade dos cidadãos.

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A companhia também reforça a importância de manter a governança da IA alinhada a processos democráticos.
De acordo com a empresa, isso inclui a criação de sistemas com segurança robusta, a possibilidade de auditoria e participação da sociedade civil nas decisões sobre como as tecnologias serão implementadas.
Primeira fase mira dez países ou regiões
A OpenAI afirma que pretende iniciar essa expansão com dez projetos-piloto, em parceria com governos de diferentes países ou regiões.
As negociações devem acontecer por meio de representantes diplomáticos nos Estados Unidos ou por meio dos escritórios da empresa ao redor do mundo.

Ainda não há detalhes sobre quais países farão parte da primeira fase, nem sobre prazos para os anúncios ou início das construções de data centers.
No entanto, a OpenAI afirma estar aberta a conversas com países que queiram investir em um modelo de desenvolvimento de IA mais descentralizado e com foco em impacto social.
Alternativa ao avanço de modelos autoritários
A empresa destaca que o objetivo do OpenAI for Countries é oferecer uma alternativa clara a modelos de IA usados para vigilância e controle.
Sem citar nomes, a OpenAI faz referência a abordagens centralizadoras adotadas em algumas partes do mundo, e afirma que sua proposta visa garantir que a IA seja usada para ampliar as capacidades humanas, e não para restringi-las.
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A OpenAI ainda não divulgou uma lista de critérios ou exigências para que os países participem da nova iniciativa. Mas reforça que as parcerias envolverão infraestrutura local, customização tecnológica e cooperação estratégica com os Estados Unidos.
Com disso, talvez esse seja o começo, ou a consolidação, de uma tendência de diferentes modelos e empresas de Inteligência artificial sendo palco ou ocupando espaço na política externa de várias potências.
Fonte: OpenAI.