Ações do Bradesco disparam 16% após lucro de R$ 5,9 bi; CEO adota tom otimista para 2025

Na esteira de resultados que surpreenderam o mercado positivamente, as ações do Bradesco disparam mais de 16% às 14h desta quinta-feira, 8. A companhia reportou números referentes ao primeiro trimestre de 2025 (1T25) que superaram as projeções do consenso e aumentaram o otimismo para com a companhia – tanto do mercado quanto do CEO.

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resultado do Bradesco mostrou um lucro de R$ 5,86 bilhões, número que superou com folga a projeção do consenso Bloomberg, que era de R$ 5,3 bilhões.

Analistas da XP avaliam que o resultado trimestral do banco mostra que a companhia ‘começou o ano com força’, com o lucro mostrando que a trajetória de recuperação ‘foi acelerada’ e impulsionando o Retorno sobre o Patrimônio Líquido Médio (ROAE, na sigla em inglês) para 14,4%, ante 11,7% no trimestre imediatamente anterior.

“O principal fator por trás da melhoria da lucratividade foi o NII de clientes, que cresceu 15% na base anual, refletindo uma originação de empréstimos mais forte com um mix mais saudável e custos de financiamento mais baixos. As receitas de fees e de seguros também tiveram um bom desempenho, aumentando 10% e 30% ante o ano anterior, respectivamente”, diz a casa.

“A qualidade dos ativos permaneceu sob controle, com um ligeiro aumento de 10 p.p. na base trimestral nos NPLs acima de 90, para 4,1%, principalmente em razão das grandes empresas, enquanto as carteiras de PMEs e de varejo apresentaram melhora e estabilidade”, completa.

A XP ainda observa que com esse resultado o Bradesco ficou várias linhas acima do seu guidance – embora o próprio banco tenha reafirmado seu guidance para o ano inteiro, o que pode sugerir alguma acomodação nos próximos trimestres, segundo a casa.

“Vemos que o plano de transformação em andamento continua a ganhar força, apesar de um cenário macro desafiador. Esperamos uma reação positiva do mercado amanhã, impulsionada por uma entrega consistente e uma forte recuperação de rentabilidade”, conclui a XP sobre o 1T25 do Bradesco.

A recomendação da XP é neutra para as ações do Bradesco, com preço-alvo de R$ 17, ao passo que os papéis negociam na casa dos R$ 15 atualmente.

A Genial avalia que o desempenho acima das expectativas reforça a tendência de melhora gradual dos resultados e, na visão dos analistas da casa, abre espaço para revisões positivas nas projeções de lucro ao longo dos próximos trimestres.

“A rentabilidade segue em trajetória ascendente, ainda que de forma gradual, com o ROE atingindo 14,3% no 1T25, acima do ponto médio estimado do guidance, de 13,5% e compatível com um lucro de R$ 22,2 bilhões em 2025. A administração mantém o discurso de melhora progressiva ao longo do ano, o que sugere que o banco pode estar caminhando para a faixa superior do intervalo projetado, cujo teto é de 15,9%, segundo nossas estimativas”, observa a Genial.

“Ou seja, acreditamos que a rentabilidade do Bradesco pode estar finalmente se aproximando do seu custo de capital — estimado em torno de 15% a 16% — em pelo menos um trimestre de 2025”, completam os analistas da casa.

A recomendação da casa é de compra para BBDC4, com preço-alvo de R$ 16,70.

Otimismo do CEO do Bradesco

CEO do Bradesco, Marcelo Noronha, se mostrou otimista após o resultado. Em coletiva de imprensa sobre o balanço do banco, declarou que a perspectiva é de superar o ponto médio do guidance.

“Eu espero entregar um resultado no ano melhor do que o resultado calculado no meio do guidance”, afirmou o executivo.

Ele ponderou que tal visão não releva desafios que o banco tem pela frente, em meio a perspectivas de desaceleração da economia no segundo semestre e níveis elevados de juros, e que o ritmo de retomada segue com muito ‘pé no chão’.

De acordo com Noronha, o banco está bem ‘tracionado’ e, no crédito, tem oportunidades de continuar crescendo em carteiras colateralizadas, no consignado.

“Eu estou com a crença de que o banco está mais para a banda de cima… entre 6% e 8%”, afirmou, não descartando uma revisão do guidance no segundo semestre.

Ele ressaltou que estar com o apetite a risco moderado não significa não apostar em linhas que são importantes para o banco, que está com seus indicadores de crédido controlados.

Nas previsões divulgadas mais cedo neste ano, o Bradesco estimou alta de 4% a 8% na carteira de crédito expandida. No primeiro trimestre, essa linha mostrou expansão de 12,9%, ajudada também pela incorporação de R$17,3 bilhões na carteira com a aquisição de 50% do Banco John Deere.

Marcelo Noronha também disse que enxerga uma oportunidade ‘colossal’ com o crédito consignado privado, quando ele estiver mais ‘azeitado’, o que eles espera que ocorra na virada do semestre, destacando que o banco não tem tanta penetração como em outras categorias dos empréstimos com desconto em folha de pagamento.

De acordo com o banco, citando dados de fevereiro, sua participação de mercado no crédito consignado somava 14,3% no total, com 15,3% no INSS, 13,8% no público e 11,5% no privado.

Noronha afirmou que parte das operações nesse segmento devem ser de troca de linhas por clientes, mas que também há oportunidade de crescimento.

“Eu talvez não seja tão otimista quanto alguns números que apareceram no mercado no curto prazo…mas, gradualmente, a perspectiva é ter dinheiro novo”, afirmou o CEO do Bradesco.

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