Sentir dores intensas dentro e fora do período menstrual, pode ser um sinal de alerta. Pensando em conscientizar a população, a Secretaria de Estado da Saúde (SES), no Dia Internacional da Endometriose, lembrado nesta quarta-feira, 7, reforça a importância do diagnóstico precoce, dos riscos da doença e dos principais sintomas. A endometriose é uma condição ginecológica na qual o endométrio cresce para fora do útero, causando sangramentos, cólicas intensas, dificultando o bem-estar e a qualidade de vida da população feminina.
A endometriose é uma doença inflamatória, de característica crônica, que ocorre quando o endométrio se desenvolve para fora da cavidade uterina, podendo se deslocar para outros órgãos como ovários, trompas, intestino e, em casos mais graves, pulmão. O endométrio é uma camada que reveste a parede interna do útero, responsável por fornecer nutrientes e abrigo ao embrião, até a formação da placenta. Quando não acontece a gestação, esse tecido descama, dando início a menstruação.
“Em muitos casos, a doença acontece silenciosamente, sem apresentar sintomas. No entanto, nas ocasiões em que os sintomas aparecem, normalmente estão relacionados aos seis principais sintomas que ajudam no diagnóstico. Dor pélvica, cólicas intensas, dor ao urinar, dor para evacuar e durante a relação sexual, além de infertilidade, formam o conjunto de sinais que auxiliam no diagnóstico. Além desses, existem outros sintomas, também associados à doença, como fadiga intensa com exaustão física e mental, inchaço da barriga, dor lombar e nas pernas”, explicou o médico cirurgião Luccas Chagas, especialista em endometriose.
Diagnóstico precoce
O diagnóstico precoce da endometriose é fundamental para um tratamento mais eficaz, garantindo que as pacientes tenham uma melhor qualidade de vida, além de contribuir para a redução dos sintomas e prevenção de complicações futuras. Para a confirmação do diagnóstico, é necessária a realização de um exame de imagem específico, podendo ser o ultrassom transvaginal com preparo intestinal ou a ressonância pélvica. Nos casos em que não seja possível diagnosticar a doença, é indicado a realização de uma videolaparoscopia diagnóstica, procedimento cirúrgico, na tentativa de visualizar a presença da endometriose.
Linha de cuidado
O Governo do Estado, comprometido e sensível à causa da saúde feminina, criou uma linha de cuidado por meio do Opera Mulher, que oferta não somente procedimentos, mas um acompanhamento especializado com apoio emocional e assistência humanizada às pacientes durante o período pré, trans e pós-operatório. Além de suporte e monitoramento das mulheres na recuperação, garantido que recebam a atenção necessária para a reabilitação.
“Sou uma mulher que está enfrentando a endometriose e acho essa ação do Governo do Estado maravilhosa. Ela vai melhorar a saúde de várias mulheres que, como eu, estão sofrendo. Após a cirurgia, espero poder fazer muitas coisas que não consigo hoje, pois minha vida está praticamente parada. Saí do trabalho e não consigo fazer esforço nenhum, nem mesmo carregar um balde de água”, desabafou a dona de casa, Hérica Rejane Santos Tavares, de 39 anos.
Para a cirurgia de endometriose, a paciente precisa da comprovação diagnóstica de endometriose por laparoscopia/laparotomia e/ou laudo descritivo por exames de imagens e/ou por resultado de exame anatomopatológico. Por se tratar de procedimento de alta complexidade, o acesso será por meio de formulários de avaliação de elegibilidade para o procedimento. A paciente terá acesso ao documento ao chegar na Unidade Básica de Saúde (UBS) do município e pelos hospitais credenciados.
A estudante de pedagogia, Rebeca Barbosa Santos, com 17 anos, já sofre com a condição. “Apenas quem tem endometriose sabe o sofrimento que é passar por isso. Todos os meses, sofremos, muitas vezes indo ao hospital, especialmente no período menstrual. A dor da endometriose não se limita apenas à menstruação, mas é mais intensa antes dela. Graças a Deus, essa iniciativa chegou, ela é perfeita para muitas mulheres que estão há muito tempo na fila esperando por uma cirurgia que nunca aconteceu”, finalizou Rebecca.
Fonte: SES
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