iFood e Braskem fazem parceria para desenvolver embalagem retornável no delivery

O delivery de refeições tem uma alta demanda por embalagens. Para se ter uma ideia, o iFood, principal plataforma de pedidos de alimentação no mercado brasileiro, chegou a marca de 100 milhões de pedidos em agosto de 2024. Para tentar reduzir esse alto descarte, a foodtech firmou parceria com o laboratório de design de embalagens circulares da Braskem, o Cazoolo, para desenvolver uma embalagem que seja retornável. Além da tecnologia, o desafio também está na operação de logística reversa.

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O projeto teve como requisitos que a embalagem fosse de fácil reciclagem na cadeia pós-consumo, não vazasse durante o transporte e tivesse fácil limpeza – para viabilizar novos ciclos de uso – e alta eficiência, tanto na operação do restaurante quanto na logística de envio e retorno para o reuso.

Também foi realizada uma pesquisa com proprietários de restaurantes e consumidores para desenvolver o design, em que eles tiveram que apontar, por exemplo, as características ideais para uma embalagem, pensando no consumo, pós-consumo e até no visual.

O iFood calcula que, hoje, são enviados até 88 gramas de embalagem por pedido. A embalagem retornável seria mais pesada do que uma descartável.

Protótipo de embalagem retornável para delivery (Crédito:Divulgação)

O trabalho da primeira fase do projeto foi desenvolver o protótipo da embalagem, impresso em 3D. O produto passou então para a validação de restaurantes e consumidores para avaliar a jornada tanto de consumo como a logística de “ida e volta”.

Segundo iFood, o resultado da avaliação com os consumidores foi:

  • 79% desejavam ter até sete dias para devolver a embalagem, pois queriam ter a tranquilidade de decidir qual dia da sua dinâmica semanal seria melhor para a devolução
  • 84% queriam que fosse retirado em casa e que a coleta fosse agendada (data e horário específico)
  • 87% dos consumidores queriam fazer a entrega pessoalmente à pessoa responsável pela retirada. Isso porque ou moram em casa, ou seu prédio não permitiria deixar itens da portaria para este fim.
  • 71% dos consumidores avaliaram a embalagem como boa ou ótima e, daqueles que deram avaliação inferior, o motivo alegado foi a preocupação com devolução e não com a embalagem em si

A pesquisa também revelou que os consumidores querem que a jornada atual se mantenha, ou seja, levando no máximo a embalagem na portaria. Caso seja obrigatória a devolução em ponto de coleta, os pesquisadores acreditam que reduziria a adesão dos consumidores pela embalagem retornável. O local precisaria ainda estar localizado em regiões dentro da rotina semanal do consumidor, como estação de metrô, farmácia ou mesmo shoppings.

Caso o consumidor não devolva as embalagens, a pesquisa apontou que a preferência é que haja uma cobrança prévia pela embalagem e um reembolso após a devolução.

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