Foto: Germano Lüders
22/03/2018
A pesquisa PMI (Índice de Gerentes de Compras) indicou baixa para 48,9 em abril ante 52,5 em março, voltando a ficar abaixo da marca de 50, posição que separa contração de avanço no setor de serviços no Brasil. O resultado interrompeu dois meses de ganhos e revelou que a fraqueza na demanda provocou nova queda na produção nacional. O levantamento foi compilado pela S&P Global.
Tanto atividade quanto entrada de novos negócios recuaram em abril. Os participantes da pesquisa citaram a competitividade nacional, restrições financeiras e desaceleração da demanda como contribuintes para a queda. Com a menor entrada de negócios, ocorreu também menor percentual de contratações. O aumento da empregabilidade do segmento teve menor aceleração desde janeiro.
Análise do PMI e impacto na economia brasileira
“As pressões inflacionárias continuaram historicamente elevadas, apesar de um alívio pelo segundo mês seguido”, destacou Pollyanna De Lima, diretora associada de economia da S&P Global Market Intelligence.
Participantes da pesquisa também sinalizaram como pressão do consumo o aumento no custo de alimentos, combustíveis, materiais e alugueis. A depreciação cambial foi outro elemento que os entrevistados atribuem à pressão.
Como apurou a agência Reuters, os custos de insumos subiram no ritmo mais fraco em quatro meses. Os fornecedores de serviços continuam repassando os aumentos de custos aos clientes, o que resultou em uma alta sustentada dos preços cobrados.
“Embora a inflação persistentemente alta e a taxa de juros elevada possam continuar desencorajando o consumo, os fornecedores de serviços se tornaram um pouco mais otimistas em relação à produção do que em março”, completou De Lima.
Com o baixo desempenho no setor de serviços e quase estagnação da indústria, o PMI composto do Brasil caiu a 49,4 em abril, de 52,6 em março, mostrando leve contração. Apesar da baixa a confiança do consumidor se fortaleceu com expectativas de condições melhores e de pressões inflacionárias mais contidas.
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