Tanure, Ferri e Coelho Diniz: o embate pela reestruturação do GPA

Rafael Ferri e Nelson Tanure (Foto: Montagem)

O cenário empresarial do GPA (Grupo Pão de Açúcar) viveu um momento tenso e decisivo na última assembleia de acionistas, quando os investidores Nelson Tanure e Rafael Ferri, com visões distintas sobre o futuro da companhia, travaram uma verdadeira disputa pela reestruturação do conselho de administração.

O fundo Saint German, de Tanure, foi responsável por propor a destituição do atual conselho e a eleição de uma nova gestão, uma medida que visava reconfigurar o rumo da empresa, com a entrada de nomes alinhados ao empresário.

Tanure, que possui cerca de 7% das ações do GPA, tentou implementar uma chapa apoiada pelo conglomerado francês Casino e por Ronaldo Iabrudi, com o objetivo de conquistar o controle da administração.

No entanto, a chegada de novos acionistas, como o investidor Rafael Ferri e o grupo Coelho Diniz, alterou os planos do fundo, forçando uma eleição por voto múltiplo.

Ferri, que até então possuía uma participação superior a 5% no GPA, se mostrou ativo nas negociações e foi um dos grandes vencedores do processo. Ele conseguiu emplacar três representantes no novo conselho, com destaque para seu próprio nome, que foi o mais votado durante o processo de eleição.

Por outro lado, Tanure, que inicialmente havia projetado um novo colegiado com o apoio de seus aliados, viu sua influência ser reduzida a um único representante: Sebastián Dario Los, um nome com forte conhecimento no setor, mas não tão próximo do círculo íntimo de Tanure.

Conflito de visões: Tanure e Ferri disputam o futuro do GPA

O embate entre Tanure e Ferri ficou ainda mais evidente quando Tanure expressou sua insatisfação com o avanço da chapa de Ferri e do grupo Coelho Diniz, que modificaram a dinâmica interna do GPA.

Para o investidor, o fracasso de sua estratégia em conquistar uma maioria no conselho do GPA é um golpe considerável.

“Optamos apenas por eleger um candidato independente e de nossa confiança, com profundo conhecimento do mercado de varejo, como forma de proteger nosso investimento”, afirmou Tanure à Reuters, após o resultado da assembleia.

Por outro lado, Ferri se mostrou otimista com os resultados, deixando claro que seu objetivo com a eleição de seus representantes no conselho é melhorar a governança da empresa e fazer o GPA valer mais no mercado.

Em entrevista, Ferri afirmou que o preço das ações estava “longe da realidade”, evidenciando sua visão de que o GPA possui um grande potencial de valorização.

Com a participação de Ferri reduzida a menos de 5%, o futuro do GPA segue incerto. No entanto, o reflexo desse embate entre Tanure e Ferri pode ser sentido nas próximas decisões do conselho, com ambos buscando, cada um à sua maneira, garantir que a companhia volte a prosperar no mercado altamente competitivo do varejo.

A disputa, que se desenrolou dentro da assembleia, é mais do que uma simples troca de cadeiras; ela é um reflexo do choque de interesses e visões distintas sobre o caminho do GPA.

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