“É meu objetivo de vida pessoal”. É essa a resposta de Mario Sergio Albuquerque, diretor geral do Tomorrowland Brasil, sobre uma eventual ampliação do maior festival de música eletrônica do país para dois finais de semana – como ocorre em Boom, na Bélgica, berço do evento.
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Ele pondera, entretanto, que isso ainda ‘está correlacionado com a demanda’, e que no momento não há planos disso no curtíssimo prazo. Todavia, o responsável pela edição brasileira do Tomorrowland aponta que deve seguir se inspirando na edição belga do festival que ‘aumenta investimentos ano após ano’.
Em 2025, as novidades vão de novos palcos e estrutura até nomes que ainda não estão no line up, anunciado há poucas semanas.
Neste ano, o festival anunciou, na mesma data de abertura de venda de ingressos, o nome de David Guetta – DJ consagrado e com folga um dos cachês mais caros do festival.
Mario Sergio relata que trazer o artista vai em linha com o propósito de expandir o festival para um público cada vez maior – e aí consequentemente ter uma demanda mais aquecida e, em um futuro não tão distante, ter edição do Tomorrowland Brasil em dois fins de semana.
“Ele [Guetta] é um artista que rompe barreiras, é um artista pop. É um DJ, mas é também um artista pop, e ele tem esse papel de romper barreiras. Hoje em dia ele é bem seletivo com relação a quantidade de shows, mas ao mesmo tempo tem uma relação forte com o Tomorrowland”, conta.
Guetta, aliás, foi o responsável por anunciar que haveriam edições do festival em solo brasileiro há anos atrás. Atualmente o Brasil é o único país do mundo que recebe o Tomorrowland fora a Bélgica, de onde é o festival. Uma ‘exceção indireta’ é o Tomorrowland Winter, edição de inverno do festival que ocorre anualmente nos alpes franceses.
O fator Guetta surtiu efeito, e os ingressos para sexta-feira, dia 10 de outubro – primeiro dia do festival e dia em que Guetta irá tocar – estão esgotados, assim como os ingressos de sábado, 11 de outubro. Só restam ingressos para o domingo, 12 de outubro e os passaportes para os três dias. Os ingressos deste ano custam de R$ 580 a R$ 2.900, desconsiderando os pacotes VIP e comfort.
Mais artistas no line e novos palcos
Apesar do volume imenso de nomes no line-up da edição do Tomorrowland Brasil 2025, Mario Sergio deu um pequeno spoiler e revelou que o festival ainda negocia a vinda de mais um artista não anunciado.
O nome ainda não foi fechado e, caso seja, deve ser revelado nas próxima semanas.
A edição deste ano repete o tema da edição de julho do ano anterior do Tomorrowland Bélgica. Neste ano, o tema é “LIFE” – expansão do conceito “Elixir of Life” que foi apresentado em 2016.
Serão dois novos palcos. Assim, o Youphoria e o Tullip não farão parte da edição de 2025.
“Depois de quatro anos essa é a primeira vez que temos uma mudança considerável nos palcos, inclusive no posicionamento de um deles. Pautamos essas mudanças no fluxo de pessoas dentro do festival”, conta.
Um dos dois deve ser o conhecido Crystal Garden, que é um palco que flutua sobre um lago na edição original do festival, na Bélgica. Mario Sergio relata que por questões geológicas não haverá um lago na edição brasileira, mas o palco será o mais fidedigno possível.
Nas próximas semanas o festival deve revelar, nos canais oficiais, o outro palco ainda mantido em segredo.
Festival ‘ainda está longe do equilíbrio financeiro’
Os organizadores não abrem seus números. Mario Sergio afirma que o festival ‘ainda está longe da maturidade, do seu equilíbrio financeiro’, mas o sold-out em dois dias do festival logo no mês de abertura de vendas da edição de 2025 animou a gestão.
“Acreditamos que de fato com o tempo, teremos esse equilíbrio [financeiro]. Com a repetição encontramos eficiência na operação, que traz benefícios. Se antes você operava o festival com 60 dias para montagem, com a repetição você consegue uma montagem em 45 dias, por exemplo, o que reduz os custos”, explica.
A visão é de que as edições recentes possuem ‘sem dúvidas resultados melhores’ ao fim dos cálculos e que não há pressa para fazer o festival ser lucrativo. A ideia é que, ano após ano, o Tomorrowland Brasil mantenha o aspecto qualitativo e traga poucas ou nenhuma decepção aos fãs – aspecto destacado como prioridade total da gestão.
Contrato de longo prazo em Itu
Sobre eventuais troca de local, Mario Sergio frisa que o local atual, o Parque Maeda, em Itu (SP), atende bem a edição brasileira e não há discussão sobre eventuais trocas.
“É uma parceria saudável entre nós e os proprietários. Na Bélgica o local é fruto de uma parceria público-privada e no lado de cá é uma relação puramente privada. O Maeda tem donos e a relação conosco é muito boa, é uma relação de longo prazo, temos contrato de 10 anos renováveis por mais 10 anos, isso para nós é muito importante para termos eles como parceiros”, relata.
Atualmente o contrato prevê, inclusive, que só ocorram outros eventos no Parque Maeda com a anuência do Tomorrowland Brasil.
“O venue é o diferencial. O Maeda é a cara do Tomorrowland. Dificilmente teremos outros eventos por conta disso”, afirma Mario Sergio.
Sanitário a vácuo e buffet self-service
A edição de 2025 promete melhorias estruturais, incluindo chuveiro 24h em todas as áreas do Dreamville – nome do acampamento do festival.
O acampamento também contará com buffet no estilo self-service para café da manhã e almoço e um marketplace e mercearia com alimentos frescos, além de uma nova loja de acessórios.
As melhorias para o público em geral irão incluir também banheiros a vácuo.
“Teremos novas tecnologia no banheiro, que é o sanitário a vácuo, como já existe na edição da Bélgica. Junto com isso, outras inciativas menos visíveis que também tem a ver com o impacto de consumo de água e infraestrutura. O grande desafio é que tudo para nós é temporário”, explica Mario Sergio.
Na edição de 2023, a volta do festival após um hiato de anos, todos os ingressos foram vendidos em questão de horas. Todavia, a realização teve problemas por conta de uma chuva intensa, de 300m, que chegou a ponto de inviabilizar um dos dias do festival.
Neste ano, tal como em 2024, a pavimentação de vários locais do festival e o volume de área coberta devem prevenir problemas com chuvas.
O festival contará com cerca de 700 seguranças – o que representa cerca de 1 segurança para cada 214 pessoas. Além disso, desde a edição de 2024 do Tomorrowland Brasil o Parque Maeda conta com câmeras e uma central de segurança.
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