A música brasileira se despede de uma de suas vozes mais potentes e sofisticadas — e também de um dos maiores patrimônios do meio artístico. A cantora Nana Caymmi, que faleceu nesta quinta-feira (1º) aos 84 anos, deixa uma fortuna estimada em até R$ 2 bilhões, segundo a revista Forbes.
A artista, filha de Dorival Caymmi e Stella Maris, morreu após nove meses de internação no Rio de Janeiro devido a complicações cardíacas.
Reconhecida por sua trajetória marcante na MPB e por interpretações emocionantes que atravessaram gerações, Nana também construiu um império financeiro ao longo de mais de seis décadas de carreira — sustentado por investimentos, imóveis, faturamento empresarial e direitos autorais.
Fontes próximas estimam que seu patrimônio real esteja na faixa de R$ 20 a R$ 30 milhões, com rendimentos mensais entre R$ 1 milhão e R$ 2 milhões.
De ‘acalanto’ ao legado eterno
Batizada Dinahir Tostes Caymmi, Nana nasceu no Rio, em uma família onde a música era tão natural quanto respirar. Estreou em estúdio ainda jovem, ao lado do pai, com a canção Acalanto, feita especialmente para ela.
Com o tempo, consolidou-se como uma das maiores intérpretes da MPB, com colaborações importantes ao lado de Gilberto Gil, Caetano Veloso, Os Mutantes e outros gigantes da música nacional.
Durante sua carreira, enfrentou desafios dentro e fora dos palcos. Após um casamento na Venezuela, retornou ao Brasil e teve dificuldades de aceitação até mesmo dentro da própria família.
Foi seu irmão Dori quem a resgatou para o cenário musical, escrevendo Saveiros, música com a qual venceu o Festival Internacional da Canção da TV Globo — sob vaias, que mais tarde se converteriam em aplausos ao longo da vida.
Nana Caymmi: herança além da arte
A relevância de Nana Caymmi ultrapassou a arte. Sua capacidade de transformar talento em estrutura financeira sólida é rara. O número expressivo de bens e rendimentos revela uma artista que não apenas cantou com excelência, mas também soube conduzir com inteligência sua carreira e seu patrimônio.
Sua partida representa a perda de um ícone — de voz inconfundível e mente estratégica. Deixa filhos, netos, músicas eternas e uma marca indelével na cultura e nas finanças do mundo artístico brasileiro.
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