
O mercado de trabalho norte-americano deu mais uma demonstração de força em abril, com a criação de empregos significativamente acima do que os analistas previam. Os EUA registraram a abertura de 177 mil postos de trabalho em abril de 2025, conforme revelou o relatório payroll divulgado nesta sexta-feira (2) pelo Departamento do Trabalho. O resultado superou as projeções dos analistas, que estimavam a geração de 138 mil vagas no período.
O relatório também atualizou o desempenho de março, que passou por uma revisão: o total de novas vagas naquele mês foi ajustado para 185 mil, uma redução frente aos 228 mil inicialmente divulgados.
Ainda assim, os números indicam um ritmo consistente de geração de empregos ao longo dos últimos meses.
O resultado de abril sugere que, mesmo diante de um ambiente econômico desafiador — marcado por juros elevados e pressões inflacionárias persistentes —, o mercado de trabalho dos EUA continua resiliente e capaz de sustentar parte do dinamismo da maior economia do mundo.
Mercado de trabalho resiliente, mas riscos persistem, avalia economista
Apesar de o Payroll de abril ter superado as expectativas, com criação de 177 mil empregos no setor privado, os dados revisados dos meses anteriores — com cortes de 43 mil em março e 9 mil em fevereiro — indicam um cenário mais cauteloso. Segundo Andressa Durão, economista do ASA, a média móvel trimestral teve leve alta, mas segue praticamente estável desde o início do ano.
A taxa de desemprego manteve-se em 4,2%, em linha com o previsto, impulsionada por um aumento na taxa de participação, especialmente entre trabalhadores nativos. Já o crescimento dos salários permaneceu em 3,8% no acumulado de 12 meses, abaixo da expectativa de aceleração para 3,9%.
Durão observa que os números ainda não captam os efeitos do ambiente econômico incerto, marcado por riscos elevados de recessão. “O mercado de trabalho continua demonstrando solidez, com baixa taxa de desemprego, mas como é típico, pode demorar a refletir mudanças no ciclo econômico. Por isso, o Fed segue mantendo os juros estáveis, avaliando cuidadosamente os dados antes de qualquer mudança na política monetária”, conclui.
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