
Bióloga com atuação em Foz do Iguaçu, Yara Barros, 59 anos, venceu o prêmio Whitley Award for Nature, considerado o “Oscar Verde” da conservação ambiental. Ela foi reconhecida pelas mais de três décadas de trabalho voltado para a conservação da onça-pintada e da ararinha-azul no Brasil.
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O prêmio, da Whitley Fund for Nature (WFN), foi entregue na noite dessa quarta-feira, 30, em Londres, pela princesa Anne, irmã do rei Charles III, madrinha da organização, na Royal Geographical Society.
Bióloga graduada pela USP e doutora em Zoologia pela Unesp, Yara foi uma das cinco cientistas prestigiadas entre um seleto grupo de mais de cem profissionais de diversos países.

Ela e outros cinco conservacionistas atuantes na preservação da fauna e flora no Sul Global receberam £ 50 mil (cerca de R$ 380 mil) para aplicar ao longo do ano nos projetos que desenvolvem.
A bióloga é coordenadora-executiva do Plano de Ação Nacional para a Conservação de Grandes Felinos (2024–2029) e desde 2018 está à frente do Projeto Onças do Iguaçu, no Parque Nacional do Iguaçu.
O trabalho, realizado com uma equipe de seis pessoas, resultou, na última década, no aumento da população de onças-pintadas na reserva. A espécie é considerada o maior felino das Américas na Mata Atlântica e está ameaçada de extinção.
No lado brasileiro do Parque Nacional, o número de onças passou de 11 para 25 e no Corredor Verde, área de Mata Atlântica na fronteira entre Brasil e Argentina, de 40 a 93 entre 2009 e 2022.

O Onças do Iguaçu é parceiro do Projeto Yaguareté, desenvolvido na Argentina, país que divide o parque com o Brasil.
“É um sonho realizado, o reconhecimento do trabalho de uma vida inteira”, afirma Yara. Ela diz que pretende investir o valor do prêmio na ampliação do monitoramento, na proteção das onças e em ações de coexistência.
O Whitley Award não foi a única premiação recebida por Yara. Em abril, ela também foi eleita uma das mais relevantes mulheres pesquisadoras do mundo, agraciada com o WINGS 2025 Women of Discovery, que será entregue em outubro nos Estados Unidos.
O Projeto Onças do Iguaçu é executado em parceria entre o Instituto Pró-Carnívoros, WWF Brasil, Parque Nacional do Iguaçu/ICMBio e Cenap/ICMBio. A área de atuação compreende não só o parque como também dez municípios do entorno da reserva, que somam 500 mil habitantes.

Leia também:
Os Amigos da Onça da Região Oeste – H2FOZ – Notícias de Foz do Iguaçu
Cientista premiados
A Whitley Fund for Nature é uma organização beneficente do Reino Unido que apoia líderes de conservação do Sul Global. Desde a criação, em 1993, a WFN já destinou £ 24 milhões (cerca de R$ 178 milhões) para 220 conservacionistas em 80 países.
Os outros cientistas que receberam o prêmio são:
Reshu Bashyal, do Nepal, pelo combate à intensa extração ilegal de orquídeas e teixos;
Dr. Federico Kacoliris, da Argentina, por ampliar a proteção ao anfíbio mais ameaçado do país, a rã-do-riacho-de-El-Rincón, e seu habitat;
Dr. Andrés Link, da Colômbia, pela proteção aos macacos-aranha-marrons nas florestas tropicais de planície do centro do país;
Rahayu Oktaviani, da Indonésia, por garantir a continuidade da copa das árvores para o gibão-de-java, espécie da ilha de Java;
Dr. Farina Othman, da Malásia, que está salvando os últimos 300 elefantes-de-bornéu na costa de Sabah, na ilha de Bornéu.
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