A Amazon deu um passo decisivo na corrida pelo domínio da internet via satélite ao lançar os primeiros 27 satélites de sua constelação Projeto Kuiper, planejada para ter mais de 3 mil unidades em órbita terrestre baixa. O lançamento foi realizado com sucesso na noite de segunda-feira (28), a partir da Estação da Força Espacial de Cabo Canaveral, na Flórida.
Os satélites foram levados por um foguete Atlas V, operado pela United Launch Alliance (ULA), em um voo que havia sido adiado anteriormente devido ao mau tempo.
Conectividade global em foco
Com os equipamentos já em órbita a cerca de 450 km da superfície da Terra, a Amazon confirmou que os sistemas estão funcionando normalmente e em comunicação com as estações terrestres.
A expectativa é que a empresa comece a oferecer serviços de internet por satélite com alta velocidade e baixa latência ao público até o final de 2025.
Este é apenas o primeiro passo de uma longa jornada, mas representa um esforço extraordinário de inovação e dedicação
Andy Jassy, CEO da Amazon
A Amazon projeta realizar cerca de 80 lançamentos para completar toda a rede de 3.236 satélites planejada. O investimento no Projeto Kuiper é estimado em US$ 10 bilhões.
Corrida espacial com a SpaceX
O Projeto Kuiper surge como a principal aposta da Amazon para rivalizar com o Starlink, serviço de internet por satélite da SpaceX, que atualmente lidera o setor com mais de 7.200 satélites ativos. Enquanto a Amazon está apenas começando, a empresa de Elon Musk já acumula 250 missões dedicadas ao Starlink, sendo 50 delas apenas em 2025.
O plano da SpaceX é ainda mais ambicioso: alcançar 12 mil satélites em operação e, eventualmente, expandir para 34.400 unidades, com autorização regulatória já aprovada.

Prazo regulatório e concorrência crescente
A Amazon está sob pressão para acelerar seus lançamentos, já que precisa colocar pelo menos 1.618 satélites em órbita até meados de 2026, conforme exigência da Comissão Federal de Comunicações dos Estados Unidos (FCC). Esse número representa metade da constelação prevista e é fundamental para garantir a continuidade do projeto.
Além da Amazon, empresas como a francesa Eutelsat e a chinesa Spacesail também estão desenvolvendo alternativas ao Starlink, embora enfrentem o mesmo desafio: alcançar a escala e o ritmo de implantação que a SpaceX já estabeleceu.
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Infraestrutura sendo adaptada para futuras missões
Segundo Tory Bruno, CEO da ULA, o lançamento marca o início de uma parceria de longo prazo. “Estamos atualizando nossas instalações em Cabo Canaveral para suportar o volume necessário das próximas missões do Projeto Kuiper, o que beneficiará tanto clientes comerciais quanto governamentais”, declarou.
Com a órbita terrestre baixa se tornando cada vez mais populosa, especialistas já alertam para o risco de congestão e a necessidade de normas internacionais mais rígidas para evitar colisões e interferências.
Fonte: ULA

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