
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou dia 28 que o Brasil viverá uma “situação nova” a partir da implementação da reforma tributária. Durante sua participação no evento J. Safra Macro Day, em São Paulo, o ministro destacou que a mudança será profunda e terá impacto direto sobre a produtividade da economia.
“Se tem uma coisa que me dá otimismo, é essa reforma. Ela é muito mais profunda do que se pode imaginar e está lidando com questões centrais para o aumento da produtividade. A disputa entre empresas deixará de ser pelo melhor planejamento tributário e passará a ser por quem é mais produtivo”, disse Haddad.
De acordo com o ministro, o governo já trabalha na criação de um novo sistema tributário, que deve ser implementado a partir de 1º de janeiro de 2026. A promessa é de um sistema totalmente digital, sem o uso de papel, permitindo o acompanhamento online e em tempo real de todas as operações, incluindo projeções de crescimento.
“Vamos dar um salto de tecnologia da informação no Brasil como poucos países conseguiram. Isso vai garantir maior capacidade de planejamento tanto para o Estado quanto para as empresas”, afirmou Haddad. Ele ainda defendeu que o novo modelo vai eliminar a guerra fiscal entre estados e municípios, possibilitando um salto de qualidade para o ambiente de negócios brasileiro.
Plano Nacional de Data Centers
Durante o evento, o ministro também anunciou que viajará à Califórnia na próxima sexta-feira para lançar o Plano Nacional de Data Centers. Segundo Haddad, o objetivo é reduzir a dependência brasileira de serviços de tecnologia contratados no exterior.
“Hoje, contratamos 60% da nossa TI fora do país, o que implica em remessa de dólares para fora e subinvestimento interno. Com o novo marco regulatório, esperamos estimular fortemente o investimento em tecnologia no Brasil”, explicou.
Crescimento econômico e cenário internacional
Haddad se mostrou otimista em relação ao crescimento da economia brasileira este ano, mesmo diante das incertezas globais. “O Brasil tem tudo para crescer, mesmo com as turbulências geopolíticas, que, na minha opinião, deverão ser endereçadas ainda este ano”, avaliou.
Sobre a nova política de taxação dos Estados Unidos, o ministro pregou cautela, destacando que o grau de incerteza ainda é elevado. “Precisamos ter prudência. As conversas estão acontecendo, mas o cenário ainda é incerto”, disse.
O ministro também ressaltou a importância da diplomacia brasileira para enfrentar o ambiente internacional conturbado. Segundo ele, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva é um ativo importante nesse contexto, mantendo portas abertas tanto com os BRICS quanto com o G20 e líderes europeus.
“Felizmente, o presidente entende o papel do Brasil no cenário global e tem autoridade para manter canais abertos com todos os grandes blocos econômicos”, afirmou Haddad. Ele reforçou ainda que o país busca fortalecer o multilateralismo e não pretende se alinhar exclusivamente a nenhuma potência. “O Brasil é uma economia grande demais para ser satélite de outra”, concluiu.
(Com Agência Brasil).
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