
O Ibovespa, principal índice acionário brasileiro, fechou a sessão desta segunda-feira (28) com alta de 0,21% aos 135.015 pontos. O dólar comercial caiu 0,69%, a R$ 5,64.
Com cautela no exterior, devido aos impasses na negociação entre EUA e China, o Ibovespa se apoiou no cenário interno para manter os ganhos.
O Gráfico DXY, índice do dólar nos EUA, fecha com baixa 0,53%, aos 98,95.
No âmbito da guerra comercial, as autoridades chinesas seguem negando que estejam em processo de negociação das tarifas com o governo norte-americano, em resposta às afirmações anteriores de Donald Trump, presidente dos EUA, de que conversas avançam.
“Com isso, fica claro que os investidores mantêm uma cautela maior e menor aversão a risco. Nos EUA, o clima é de espera também em relação aos dados que serão divulgados nesta semana, como o payroll e o PCE”, ressaltou Fabio Louzada, economista, planejador financeiro e fundador da Eu me banco.
Na avaliação de Fernando Bresciani, analista de investimentos do Andbank, destacou a alta das treasuries (títulos do governo americano) recuando. “O mercado segue apostando que o Fed (o banco central dos EUA) pode anunciar um corte de juros na próxima semana — mas isso ainda é bem incerto”, disse.
Por sua vez, no Brasil um dos destaques foram as declarações mais recentes do presidente do BC (Banco Central), Gabriel Galípolo, sobre a busca da autarquia pela meta inflacionária. O mercado financeiro tentou captar sinalizações para a reunião do Copom (Comitê de Política Monetária) que ocorrerá em maio.
“Ele reiterou que o BC fez um esforço grande para avançar a política monetária para terreno contracionista e que ainda estão mensurando em qual patamar e por quanto tempo os juros ficarão altos. O discurso mais hawkish, na minha visão, colaborou para a alta dos juros futuros hoje”, avaliou Louzada.
Galípolo esteve presente em um evento do J. Safra, em São Paulo, junto com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad. O chefe da equipe econômica do governo disse que o Brasil pode mudar seu “motor econômico” para o crescimento do PIB (Produto Interno Bruto).
Haddad comentou que o crescimento do país tem tudo para ser puxado pelo consumo das famílias e pelo investimento no setor privado. “Acho que esses são os impulsos corretos para crescer com sustentabilidade”, destacou.
Em meio às críticas ao sufocamento do Orçamento para os próximos anos e possibilidade de ajustes no Arcabouço Fiscal, o ministro salientou que não há a necessidade de realizar um ajuste recessivo e que a nação tem condições de se reorganizar sem comprometer a possibilidade de crescimento futuro.
“Entre as altas, temos Automob, que anunciou a aprovação do grupamento de ações da companhia na proporção de 50 para 1, decisão que vale para as ações ordinárias, nominativas, escriturais e sem valor nominal”, disse Louzada.
Ainda na linha verde do Ibovespa, a Vale (VALE3) operou em alta, assim como a Gerdau (GGBR4) — que divulgará seu balanço trimestral após o fechamento — e a Usiminas (USIM5).
Já a Petrobras (PETR3;PETR4), junto com as petroleiras juniores, fechou com queda, devido às perdas nos preços do petróleo, que sofrem agora pela preocupação dos investidores em relação às taxações de Trump e também com a falta de notícias positivas sobre novos acordos, segundo o analista.
A Automob (AMOB3) liderou os ganhos do Ibovespa, avançando 8,33%, a R$ 0,26. Logo atrás, Lojas Renner (LREN3) subiu 3,32%, a R$ 14,30. E Yduqs (YDUQ3) teve ganhos de 3,11%, a R$ 14,60.
Já na ponta negativa, IRB (IRBR3) liderou as perdas, caindo 5,37%, a R$ 45,50. Em seguida, Minerva (BEEF3) perdeu 4,98%, a R$ 7,44. E Hypera (HYPE3) caiu 3,95%, a R$ 23,08.
Altas e Baixas do Ibovespa
No setor petrolífero, as ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuaram 0,64% e 0,39%, respectivamente. Prio (PRIO3) desvalorizou 3,07%.
Entre as mineradoras e siderúrgicas, a Vale (VALE3) subiu 0,35%. Gerdau (GGBR4) registrou alta de 1,44%. Usiminas (USIM5) valorizou 0,35%.
No setor bancário, Itaú (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3) operaram com alta de 1,07% e 1,21%, respectivamente. Bradesco (BBDC4) e Santander (SANB11) seguiram com desvalorização 0,22% e valorização 1,29%, em sequência.
Entre as varejistas, Magazine Luiza (MGLU3) caiu 1,43%. As ações das Lojas Americanas (AMER3) recuaram 1,54%. Casas Bahia (BHIA3) desvalorizou 5,53%.
Índices do exterior fecharam em alta
Os principais índices europeus tiveram desempenhos nesta segunda-feira (28). O índice DAX, de Frankfurt, valorizou 0,13%, enquanto o CAC 40, de Paris, avançou 0,50%. Já o índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 0,53%.
Em Wall Street, os índices S&P 500 subiu 0,06% e Nasdaq recuou 0,03%, respectivamente. Já o Dow Jones avançou 0,28%.
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