Quando os líderes de algumas das maiores empresas do mundo se reuniram em Pequim para um fórum empresarial no mês passado, seu principal objetivo era uma cobiçada reunião com o presidente da China, Xi Jinping.
Mas muitos ficaram impressionados com o vice-premiê He Lifeng, de acordo com um empresário norte-americano informado sobre os encontros.
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Confidente de longa data do líder chinês, He atua como o principal tenente de Xi, supervisionando a segunda maior economia do mundo,
O presidente dos EUA, Donald Trump, tem pedido repetidamente a Xi que o chame para conversar sobre um possível acordo comercial depois de aplicar tarifas de 145% sobre a maioria dos produtos chineses como parte de seus anúncios do “Dia da Libertação” em 2 de abril.
Mas qualquer saída para as tensões provavelmente passará por He, que é o czar de Xi para o comércio entre EUA e China.
A Reuters entrevistou 13 investidores e diplomatas estrangeiros que se reuniram com He no último ano. Eles descreveram a evolução do homem de 70 anos, que passou de um rígido funcionário do Partido Comunista, com relutância em se desviar de comentários preparados, para uma figura mais confiante que os impressionou.
A maioria das pessoas falou sob condição de anonimato para discutir interações confidenciais com He, que também exerce uma vasta supervisão regulatória sobre o amplo setor financeiro da China.
O vice-premiê teve pelo menos 60 reuniões com estrangeiros no último ano, de acordo com a análise da Reuters de seus compromissos públicos. Isso marca um aumento constante dos 45 entre março de 2023, quando ele assumiu o cargo, e março de 2024.
O Conselho de Estado da China não respondeu a um pedido de comentário enviado por fax. A Casa Branca, que desde então tem sinalizado uma disposição para diminuir as tensões, recusou-se a responder a perguntas sobre sua disposição de se envolver com He.
Trump afirmou várias vezes que Pequim e Washington já estavam em negociações comerciais e disse à revista Time, em uma entrevista publicada na sexta-feira, que Xi havia ligado para ele, sem especificar quando. Os dois líderes haviam se falado antes de Trump assumir o cargo em janeiro.
A China tem negado repetidamente que negociações estejam em andamento, embora na sexta-feira tenha isentado alguns produtos norte-americanos de suas tarifas retaliatórias. Pequim também exigiu que Washington pare de fazer ameaças e de usar “pressão extrema” se quiser fazer um acordo, além de pedir uma contrapartida para negociações.
Se forem iniciadas discussões detalhadas, Li Chenggang, o recém-nomeado negociador-chefe de comércio de Pequim, participará diariamente, mas He terá um papel fundamental na supervisão dessas negociações, nas quais Washington tentará reduzir seu déficit comercial de quase US$300 bilhões com Pequim.
Apesar de seu crescente conforto em se envolver com executivos ocidentais, muitos dos empresários entrevistados pela Reuters disseram que He não é um inovador de políticas.
A reputação recentemente melhorada do vice-premiê com os executivos norte-americanos provavelmente foi reforçada porque os líderes chineses pareciam especialmente previsíveis e confiantes na esteira do caos nos EUA, disse o empresário informado sobre as reuniões do mês passado.
Ele atuou pela última vez como chefe da principal agência de planejamento macroeconômico da China, onde era responsável pela formulação da política industrial, e defendeu repetidamente a estratégia de crescimento liderada pelas exportações de Pequim em reuniões com estrangeiros.
Um empresário norte-americano disse à Reuters que He, que apoiou o aumento da produção em detrimento do consumo interno, atua como o “principal tenente de Xi para construir um superávit de trilhões de dólares”.
Em outras ocasiões, He também ignorou repetidamente as reclamações sobre o excesso de capacidade da China, que são compartilhadas por muitos países que Pequim agora está cortejando ao buscar novos caminhos de cooperação, disseram três pessoas à Reuters.
O vice-premiê tem estado na linha de frente da recente aproximação da China com os mercados desenvolvidos, como o Japão e a União Europeia.
Ele também viajará a Paris no próximo mês para um diálogo econômico no qual as autoridades francesas esperam discutir a possibilidade de a China suspender as tarifas sobre as importações de conhaque, de acordo com uma fonte diplomática.
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