Prestes a completar 100 dias de governo em seu segundo mandato, Donald Trump realizou diversas movimentações políticas e governamentais no mundo, que prejudicaram alguns e beneficiaram outros.
De acordo com Natália Fingermann, professora de relações internacionais da ESPM, o mercado financeiro foi um dos maiores beneficiados nas movimentações recentes do governo Trump.
“O mercado financeiro, sem dúvidas, ganhou e vem ganhando com as variações nas bolsas de valores nos últimos meses, desencadeadas principalmente pelas falas de Donald Trump em relação às tarifas e à possibilidade de demissão do FED”, afirma a especialista.
Natália também destaca o avanço da China no cenário internacional. Segundo ela, o país asiático consolidou uma imagem de potência preocupada com o desenvolvimento global.
“A China coloca a discussão do tarifaço dentro da esfera das Nações Unidas, defendendo como elas ameaçam não só seu país, mas o mundo todo no desenvolvimento mundial.”
Economia dos EUA e aliados estratégicos acumulam perdas
Apesar de setores específicos terem registrado ganhos, Natália observa que os impactos negativos atingem diretamente a economia americana.
“Diversos países vêm se prejudicando com o mandato de Trump, inclusive a própria economia dos Estados Unidos, por conta do processo de encarecimento dos preços e da queda abrupta no turismo do México”, ressalta.
Outro ponto levantado é a perda de credibilidade dos EUA frente a parceiros comerciais e aliados estratégicos tradicionais, o que, segundo a professora, gera um enfraquecimento das relações diplomáticas e comerciais no longo prazo.
Oriente Médio e África sofrem com cortes em ajuda humanitária
Natália chama atenção para os efeitos colaterais das ações do governo Trump no Oriente Médio e na África.
“O Oriente Médio, principalmente a região de Gaza, sofre com a continuidade dos ataques de Israel e a escassez de recursos de ajuda humanitária, que tiveram cortes realizados pelo governo Trump”, explica.
Ela complementa afirmando que o continente africano também enfrenta consequências graves. “No continente africano, programas de combate à malária e ao HIV foram afetados, com perdas significativas em vidas por falta de recursos e paralisação de ações importantes”, pontua.
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