
Lúcio Bolonha Funaro não é apenas um nome conhecido nos bastidores da política brasileira — ele é sinônimo de escândalos bilionários como o Mensalão, o Petrolão e a Lava Jato.
De acordo com o jornal O Globo, o ex-operador do MDB e delator premiado está de volta ao mercado financeiro, atuando como consultor empresarial em São Paulo e Brasília.
A trajetória de Funaro é uma verdadeira montanha-russa: de corretor de sucesso a personagem-chave nos maiores casos de corrupção da história recente do Brasil.
Histórico de escândalos de Lúcio Funaro
A jornada de Funaro começou no escândalo do Banestado em 2003, mas foi no Mensalão de 2005 que seu nome explodiu nacionalmente. À época, o doleiro operava para o Partido Liberal (atual PL) e movimentava milhões por meio de empresas de fachada, como a Garanhuns.
Segundo delatores como Marcos Valério, a Garanhuns teria acabado sendo usada para canalizar R$ 6,5 milhões em propinas para políticos poderosos.
Mesmo após um acordo de delação premiada, que resultou na redução de suas penas, Funaro não se manteve longe dos holofotes — pelo contrário, seu envolvimento em novos esquemas só cresceu.
No fim dos anos 1990, a conexão explosiva entre Lúcio Funaro e Eduardo Cunha começou. A amizade com os filhos de Albano Reis, então presidente da Assembleia Legislativa do Rio, foi o ponto de partida para uma parceria que seria crucial nos bastidores da política.
Durante o escândalo do Mensalão, já se sabia que Funaro financiava despesas pessoais de Cunha, incluindo o aluguel de seu flat em Brasília. A relação ficou ainda mais obscura durante as investigações da Operação Lava Jato. Isso porque Funaro operava como o grande intermediário de propinas envolvendo recursos do FI-FGTS.
Operações e prisões
Apesar de sua colaboração com a Justiça em 2005, Funaro continuou se envolvendo em esquemas ilegais. Foi personagem central na Operação Themis (2007) e preso na polêmica Operação Satiagraha (2008). Ambas as ações acabaram sendo anuladas, mas o estrago à sua reputação já estava feito.
O ápice veio em 2016, com a prisão na Operação Sépsis, onde Funaro foi acusado de operar esquemas de propinas milionárias em parceria com Cunha e o ex-vice-presidente da Caixa Econômica, Fábio Cleto.
De forma, Funaro ganhou a alcunha de “Maluco” entre seus cúmplices, devido a sua postura agressiva e ameaças graves contra delatores e empresários.
Lucio cumpriu pena e fechou um novo acordo de delação premiada, homologado em 2017 pelo ministro Edson Fachin.
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