O Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand (Masp) tem uma tonalidade de cor própria e única. No ano de 2024 os pilares do famoso edifício localizado na Avenida Paulista, em São Paulo (SP) foram repintados pela AkzoNobel – multinacional holandesa dona de marcas como a Coral Tintas, Sikkens e International – e a tinta foi desenvolvida com exclusividade para o icônico prédio.
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O presidente da AkzoNobel para a América Latina e Ásia, Daniel Campos, conta ao Dinheiro Entrevista que é normal na indústria o desenvolvimento de cores 100% personalizadas – e nesse caso a empresa desenvolveu o vermelho Masp.
Da mesma forma, a empresa já aplica nas latarias, há anos, a tonalidade exclusiva chamada de ‘papaya orange’, tom de laranja visto nos carros da McLaren – cuja equipe de Fórmula 1 é patrocinada pela gigante holandesa.
“A gente desenvolve junto com nosso clientes. Pintamos muitas lojas, agências de banco, lojas de fast food, e cada um tem suas cores identitárias, então a gente usa as cores que desenvolvemos junto a eles, como é o caso do [laranja] papaya da McLaren. Existe uma infinidade de cores que se pode fazer”, explica.
“Uma das mais emblemáticas, que temos muito orgulho, é o vermelho Masp, o museu aqui em São Paulo que foi pintado recentemente e temos muito orgulho de ter aprovado e desenvolvido um vermelho para honrar a arquitetura da Lina Bo Bardi. O vermelho que você vê lá é nosso, da nossa tinta International”, completa, em referência a marca de tintas premium do portfólio da empresa.
A International, diferente de outros produtos da companhia, tem um preço mais alto e uma performance maior. Campos brinca que ‘é possível passar uma chave’ onde está pintado de vermelho sem provocar riscos.
‘A cor muda a percepção das pessoas’
No mesmo sentido, o executivo relata que a empresa tem investido em iniciativas de transformação social focadas em pintar locais com população em situação de vulnerabilidade social.
Apara além de uma melhora visual, Campos explica que ‘há um poder transformador na cor’.
“A cor muda muito a percepção das pessoas, muda o contexto e até o seu ânimo. Temos um programa há muitos anos aqui no Brasil que se chama Tudo de Cor, em que pintamos comunidades. São mais de 20 mil imóveis que pintamos pelo Brasil e temos muito orgulho do que isso faz pelas comunidades. Pintamos o Morro Dona Marta [no Rio de Janeiro] muitos anos atrás, temos parceria com a prefeitura de Recife em um projeto chamado Mais Vida nos Morros em que, pintando as encostas com arte, as pessoas param de jogar lixo. E você vê também a comunidade voltando a ocupar o espaço público. A cor tem um poder transformador.”
O executivo conta que a empresa, através do Instituto Coral, tem pintado comunidades no Sul do Brasil. Como exemplo, pintou a comunidade de Farrapos, em Porto Alegre (RS), afetada pela chuva e pelas enchentes.
“Você no fim do dia as marcas nas paredes que são marcas na alma das pessoas. A gente trouxe pintores voluntários, pintamos 120 casas, estamos convidando outras empresas para pintarmos. São mais de 3 mil casas que temos [dentro do escopo do projeto] para trazer de volta a alegria das pessoas e ajudar a apagar as marcas de uma tragédia que foi horrível.”

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