A Netflix voltou a causar polêmica ao afirmar que o cinema se tornou ultrapassado, enquanto a plataforma estaria “salvando Hollywood”. Durante o TIME100 Summit, realizado em Nova York, o co-CEO da Netflix, Ted Sarandos, declarou que o serviço de streaming está garantindo audiência para conteúdos que, de outra forma, desapareceriam dos holofotes do cinema tradicional.
Sarandos descreveu a Netflix como “uma empresa extremamente focada no consumidor”, destacando que a missão é “entregar o programa da maneira como o público quer assistir”. Para ele, a queda nas bilheterias é um indicativo claro: “O que o consumidor está tentando nos dizer? Que ele prefere assistir a filmes em casa.”

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Netflix, cinema e uma nova realidade de consumo
Ao ser questionado sobre a importância da experiência coletiva nas salas de cinema, Sarandos foi direto: “Acredito que seja uma ideia ultrapassada para a maioria das pessoas – não para todos.” Segundo o executivo, ainda existe um público fiel às telonas, mas ele representa uma parcela cada vez menor.
Desde que assumiu o controle do último cinema de tela única de Manhattan em 2019, a Netflix vem reforçando sua estratégia de adaptação às mudanças de comportamento, algo que se intensificou durante a pandemia. Ainda que a empresa tenha conquistado reconhecimento internacional, o cobiçado Oscar de Melhor Filme permanece fora de seu alcance.
Netflix aposta na diversidade de gêneros
Ted Sarandos também ressaltou que a Netflix ampliou o gosto do público, oferecendo uma diversidade de gêneros jamais vista. De acordo com ele, os assinantes são expostos a conteúdos variados, de dramas históricos como “Bridgerton” até eventos de luta livre como o WWE Monday Night RAW, que recentemente promoveu uma apresentação de música de câmara inspirada na série.
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Esse ecletismo de conteúdo, segundo Sarandos, contribui para uma audiência mais aberta e plural. Para a Netflix, a flexibilidade de formatos e estilos é uma vantagem competitiva frente ao tradicionalismo do cinema convencional.
A indústria do entretenimento sob pressão
Durante o evento, Sarandos também criticou a forma como a indústria do entretenimento é tratada em acordos comerciais internacionais. “Muitas vezes o entretenimento não é tratado como um negócio de verdade”, afirmou o executivo. Ele explicou que em diversos tratados de livre comércio, o setor é submetido a obrigações específicas, como investimentos mínimos, que outros segmentos não enfrentam.
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Essa percepção reforça a ideia de que o entretenimento precisa ser mais valorizado como uma indústria fundamental para a economia global, e não apenas como parte do setor cultural.
Tensões comerciais podem impactar o cinema
As preocupações com o futuro da indústria cinematográfica não se limitam ao consumo. Sarandos comentou os riscos associados às políticas comerciais, citando a recente decisão da China de limitar ainda mais o número de filmes americanos exibidos no país.
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Essa restrição é uma resposta direta às tarifas impostas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses, o que, segundo a Administração de Filmes da China, “reduzirá ainda mais a favorabilidade do público doméstico em relação aos filmes americanos”. A medida pode ter impacto direto sobre a receita de Hollywood, intensificando os desafios do mercado internacional.
A ascensão do streaming no cenário global
Ao apostar em um modelo de distribuição centrado no consumidor e menos dependente das salas de cinema, a Netflix se coloca na vanguarda de uma transformação que parece irreversível. Com a facilidade de acesso, variedade de conteúdo e o fortalecimento de sua marca global, a empresa busca consolidar sua posição como protagonista na nova era do entretenimento.

Para Ted Sarandos, a conclusão é clara: ao adaptar a experiência cinematográfica para a realidade dos tempos modernos, a Netflix não está apenas sobrevivendo – está, segundo ele, “salvando Hollywood”.

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Fonte: TIME