Credores da Azul teriam sido acionados para financiar aumento de capital

Foto: Azul/Reprodução

Um banco de investimento entrou em contato com os credores da Azul (AZUL4) com o objetivo de captar novos recursos para apoiar um aumento de capital, como parte de um processo de reestruturação da dívida da companhia aérea brasileira, conforme informações de fontes próximas ao tema.

A PJT Partners tem se comunicado com os detentores de títulos da empresa para explorar alternativas, relataram essas fontes, que preferiram permanecer anônimas devido à natureza confidencial das negociações. As informações pertencem a reportagem do Valor Econômico, assinada pela Bloomberg.

Uma das alternativas possíveis, descrita em um documento regulatório divulgado no início deste mês, envolve a emissão de até 900 milhões de reais em instrumentos de dívida, que seriam garantidos por determinados recebíveis de cartão de crédito e valores oriundos das operações de transporte aéreo de passageiros da empresa, conforme o referido documento.

O financiamento proposto visaria apoiar a oferta e melhorar a posição de caixa da companhia, conforme informaram fontes próximas ao processo.

No entanto, essas mesmas fontes alertaram que as negociações ainda estão em andamento e que o financiamento pode não ser concretizado. A PJT Partners preferiu não comentar, assim como a Azul.

Recentemente, a Azul revelou um novo aumento de capital, parte de seu plano de reestruturação. Na noite de quarta-feira (23), a empresa anunciou a emissão de 464,1 milhões de ações, com preço unitário de R$ 3,58, totalizando R$ 1,7 bilhão.

Em comunicado, a Azul destacou que a oferta tem como objetivo não apenas levantar novos recursos, mas também possibilitar a “conversão obrigatória de dívida em capital”.

Desafios da Azul: queda nas ações e rebaixamento de títulos

O esforço da Azul (AZUL4) para captar novos recursos ocorre em um contexto desafiador, marcado pelo baixo interesse por ações brasileiras e volumes de negociação reduzidos.

As ações da companhia atingiram um mínimo histórico logo após a abertura desta quinta-feira (24) e acumularam uma desvalorização de aproximadamente 70% nos últimos 12 meses.

A companhia firmou acordos com arrendadores e credores para reduzir sua dívida e concluiu um processo de troca de dívida por capital. O setor de aviação tem enfrentado dificuldades devido às altas taxas de juros, à volatilidade dos preços do combustível e à desvalorização do real.

Este mês, analistas do JPMorgan Chase & Co. rebaixaram a recomendação dos títulos de segunda linha da Azul, com vencimentos em 2029 e 2030, para “underweight”.

Eles destacaram que a desvalorização cambial, a liquidez limitada e o ambiente de menor confiança dos investidores resultaram em “uma postura ainda mais cautelosa” em relação à dívida da empresa.

O post Credores da Azul teriam sido acionados para financiar aumento de capital apareceu primeiro em BPMoney.

Adicionar aos favoritos o Link permanente.