
Uma pesquisa do DataSenado revelou que 60% dos brasileiros são favoráveis à legalização de jogos como cassinos, bingos e jogo do bicho, desde que acompanhada de regras para evitar crimes como lavagem de dinheiro e problemas como a ludopatia (vício em jogos) e o endividamento. Os dados foram divulgados nesta semana e fazem parte de um levantamento solicitado pelo senador Irajá (PSD-TO), relator do projeto de lei 2.234/2022, que propõe a regulamentação dos jogos de azar no Brasil.
O texto em debate no Senado, de autoria do ex-deputado Renato Vianna (MDB-SC), prevê a liberação do funcionamento de cassinos, bingos e jogo do bicho, além de autorizar apostas em corridas de cavalos e outras modalidades. Segundo Irajá, a intenção é subsidiar a discussão do projeto com base na opinião da população.
Depois de tomarem conhecimento dos principais pontos da proposta, 60% dos entrevistados se disseram a favor da aprovação. Outros 34% se manifestaram contra, e 6% não souberam ou não quiseram responder. Sobre o interesse em frequentar estabelecimentos do tipo, caso legalizados, 26% demonstraram vontade de participar dos jogos.
Cassinos e bingos
Quando perguntados sobre a efetividade da proibição atual, metade dos entrevistados (50%) acredita que ela tem pouco (21%) ou nenhum impacto (29%) sobre a oferta de jogos. Em contrapartida, 45% acham que a proibição reduz a disponibilidade dessas atividades, sendo que 25% disseram que ajuda muito e 20% consideraram que o efeito é moderado.
Além da arrecadação e da geração de empregos, apontadas como possíveis benefícios da legalização — 58% acreditam que o impacto seria positivo na arrecadação e 44% no mercado de trabalho —, o levantamento mostra uma preocupação generalizada com os riscos associados aos jogos. Para 82% dos entrevistados, é “muito importante” (65%) ou “importante” (17%) que existam regras para evitar a lavagem de dinheiro e o financiamento ao crime organizado.
Outras medidas previstas no projeto também receberam apoio. A fiscalização de jogos e máquinas de cassinos, como os caça-níqueis, foi considerada positiva por 62% dos entrevistados. Já a criação de um cadastro nacional sigiloso para impedir que pessoas com vício em jogos acessem os estabelecimentos foi aprovada por 54% dos participantes. Além disso, 77% apoiaram a adoção de normas para evitar o endividamento de apostadores.
Levantamento
O levantamento foi feito por telefone entre os dias 21 de fevereiro e 1º de março, com 5.039 pessoas de 16 anos ou mais. A margem de erro é de 1,72 ponto percentual, com 95% de nível de confiança.
O PL 2.234/2022 chegou a entrar na pauta do Plenário em dezembro de 2024, mas foi retirado a pedido do relator, que busca consenso para votação. Na ocasião, o senador Flávio Arns (PSB-PR) solicitou dados sobre o possível impacto da legalização sobre a rede pública de saúde, especialmente no atendimento psiquiátrico e psicológico.
“Hoje convivemos com a contradição: ou mantemos os jogos de azar sob o controle do crime organizado, ou buscamos uma regulamentação responsável, com regras claras, fiscalização e arrecadação de impostos”, defendeu Irajá.
(Com Agência Senado).
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