Durante uma conferência de resultados, Elon Musk afirmou que a produção dos robôs humanoides Optimus da Tesla está sendo impactada pelas novas restrições comerciais impostas pela China. As medidas afetam diretamente a cadeia de suprimentos da empresa, segundo o CEO.
No início de abril, o governo chinês anunciou um novo pacote de controles de exportação para sete elementos de terras raras e ímãs magnéticos usados em setores estratégicos. Esses materiais são essenciais para aplicações que vão de equipamentos de defesa até veículos elétricos e robótica.
Essas ações são vistas como retaliação às tarifas comerciais intensificadas pelos EUA. No centro dessa disputa está a exigência chinesa de que os exportadores obtenham licenças junto ao Ministério do Comércio para enviar ímãs médios e pesados ao exterior.

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Tesla entra na mira e busca garantias
Em sua fala, Musk revelou que a Tesla está em negociações com Pequim para obter a liberação dos materiais. Segundo ele, o governo chinês solicitou garantias de que os ímãs não seriam empregados para fins militares. “Obviamente, eles vão apenas para um robô humanoide”, afirmou o bilionário.
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Ainda assim, essa exigência representa uma barreira adicional para a produção da Tesla, que depende de fornecimento estável de ímãs de terras raras para viabilizar o Optimus em larga escala.
O robô Optimus é peça-chave para o futuro da Tesla
Apesar dos entraves, Musk reforçou que a Tesla continua comprometida com a fabricação dos robôs humanoides. Segundo ele, a empresa deve produzir milhares de unidades ainda este ano e planeja utilizá-los dentro das próprias fábricas da montadora.

“O futuro da empresa é fundamentalmente baseado em carros autônomos em grande escala e em robôs humanoides autônomos em grande escala, grande volume e vastos números”, disse Musk.
Concorrência chinesa ganha terreno
As limitações impostas pelas exportações podem favorecer empresas chinesas que já estão se movimentando para lançar robôs similares. Nomes como Unitree Robotics e AgiBot estão entre as empresas locais que prometem iniciar a produção em massa de robôs ainda em 2025.
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Esse cenário representa um desafio adicional para a Tesla, que corre o risco de perder terreno em um mercado estratégico dominado atualmente pela China — principal fornecedora global de elementos de terras raras.
Impactos no mercado e pressão sobre a Tesla
Enquanto os robôs humanoides surgem como uma nova aposta para a empresa, a Tesla ainda lida com dificuldades em seu segmento de veículos elétricos. Suas ações acumulam uma queda de cerca de 37% no ano, o que intensifica a pressão por novos motores de crescimento.
Steve Westly, ex-membro do conselho da Tesla, afirmou à CNBC que a empresa precisa diversificar rapidamente sua atuação para reconquistar a confiança dos investidores. O Optimus pode ser a chave, mas as incertezas sobre o fornecimento de materiais ameaçam atrasar o plano.
Disputa geopolítica afeta tecnologia emergente
O caso do Optimus ilustra como a disputa comercial entre Estados Unidos e China pode ter impactos profundos no avanço de tecnologias emergentes. Com o domínio chinês sobre as cadeias de fornecimento de terras raras, empresas ocidentais como a Tesla enfrentam entraves para manter a inovação em ritmo acelerado.
Apesar de Musk afirmar que a Tesla está “à frente da concorrência”, a liderança nesse setor depende não apenas de tecnologia, mas de um suprimento estável de matérias-primas críticas — algo que, neste momento, está fora de seu controle direto.

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Fonte: Reuters