
O acordo de compartilhamento de voos entre a Azul (AZUL4) e a Gol (GOLL4), iniciado em meados do ano passado pelas duas maiores companhias aéreas do Brasil, será avaliado pelo tribunal do Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), conforme informado autarquia.
O entendimento veio depois que a Superintendência Geral do Cade decidiu, no início do mês, arquivar o procedimento de avaliação do acordo, em que o órgão se restringiu a avaliar se o codeshare seria de notificação obrigatória ou não ao Cade.
A venda de passagens para voos operados em codeshare entre as empresas para 40 rotas, começaram a ser vendidas pela Gol e Azul em julho do ano passado, com uma expectativa de elevar esse volume para mais de 150 rotas.
Com o arquivamento feito pela Superintendência Geral, o conselheiro do Cade, Gustavo Freitas de Lima, solicitou novamente que o acordo de codeshare pudesse ser analisado pelo tribunal da autarquia.
A solicitação foi aprovada por unanimidade pelos conselheiros do Cade na terça-feira (22).
No pedido, Freitas alegou que o acordo de compartilhamento de voos da Azul e da Gol pode evidenciar um “nexo associativo” entre as companhias, diferentemente de uma relação típica de codeshare de prestação de serviços de uma empresa para a outra.
Além disso, o pedido do conselheiro afirmou que o acordo “assemelha-se mais a um contrato associativo do que a um simples codeshare. Esses pontos, identificados pela área técnica, ainda não foram analisados por este Tribunal”, e por isso precisa de um “exame mais profundo”, afirmou.
A Azul tem discutido com a holding controladora da Gol, Abra, há meses, sobre uma possível combinação de negócios das companhias. Um memorando de entendimento entre as duas empresas foi assinado em meados de janeiro.
Um eventual acordo resultaria em um mercado doméstico 60% controlado pelo grupo combinado, superando os 40% da chilena Latam.
Azul (AZUL4) capta R$ 1,6 bi com oferta de ações para trocar dívida
A Azul (AZUL4) concluiu na noite da última quarta-feira (23) sua oferta subsequente de ações, conhecida como follow-on, que movimentou R$ 1,6 bilhão.
A operação faz parte de um plano da companhia para converter dívidas em participação acionária, conforme relataram fontes com conhecimento direto do assunto.
As ações foram precificadas em R$ 3,58 — valor previamente estabelecido no processo de conversão dos passivos.
Embora houvesse a possibilidade de colocação de um lote adicional de papéis, fontes ligadas à operação indicam que apenas uma fração desse volume extra deve, de fato, ser ofertada.
O momento desafiador do mercado afetou diretamente o interesse dos investidores. A alta volatilidade nas últimas semanas, impulsionada tanto por instabilidades nas Bolsas quanto pela flutuação cambial em meio às recentes políticas tarifárias de Donald Trump, reduziu o apetite por risco.
Caso todo o lote adicional fosse exercido, a oferta poderia atingir até R$ 4,1 bilhões, elevando em R$ 2,5 bilhões o total captado. Ainda assim, mesmo com uma colocação mais contida, a operação representa um passo importante para o processo de reestruturação financeira da Azul.
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